Na análise do atual cenário econômico global, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressalta que “a economia não será mais o fator determinante” nas eleições futuras. Em entrevista, Haddad expressou que a situação é crítica e que a avaliação econômica não está necessariamente atrelada ao resultado eleitoral, mesmo diante de um crescimento econômico no Brasil em 2024.
Haddad observou que, atualmente, há um crescimento da extrema-direita em diversas partes do mundo, citando eleições recentes na França e nos Estados Unidos como exemplos. Ele destacou que tanto o presidente francês Emmanuel Macron quanto o ex-presidente dos EUA Joe Biden, que apresentavam bons indicadores econômicos, enfrentaram dificuldades nas urnas.
O ministro também comentou sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que sua queda de popularidade “não é uma questão crônica”, mas sim recente. Segundo Haddad, a instabilidade da moeda americana em dezembro, em meio aos debates econômicos, gerou apreensão no mercado, o que contribuiu para essa desvalorização no apoio popular.
Dados de pesquisas de opinião revelam que Lula enfrenta níveis elevados de desaprovação. Uma pesquisa revelou que 56% dos brasileiros reprovam a administração do presidente, enquanto 41% a aprovam. Outro levantamento indicou um índice de desaprovação de 53,6%, com 44,9% de aprovação. Por sua vez, o Datafolha mostrou um empate técnico, com 49% de desaprovação e 48% de aprovação.
Na mesma entrevista, Haddad expressou otimismo sobre a recuperação da popularidade do governo Lula, uma vez que este possui tempo para desenvolver uma estratégia comunicativa eficaz. Ele diferenciou comunicação de marketing e reconheceu o desafio que todos os governos democráticos enfrentam nesse âmbito. O ministro enfatizou a importância de traduzir as ações do governo em uma perspectiva que permita à população visualizar um futuro otimista, afirmando que há tempo suficiente para estabelecer essa abordagem até as próximas eleições.