Após a queda nas ações e a redução de 71% no lucro da fabricante de veículos elétricos, o empresário Elon Musk anunciou que diminuirá seu envolvimento com o governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump.
Em uma teleconferência realizada na última quarta-feira (23), Musk informou que pretende reduzir sua participação no escritório criado por Trump, que tem como objetivo cortar gastos federais. A diminuição do tempo dedicado a essas atividades está programada para ocorrer no próximo mês, o que permitirá a Musk concentrar mais esforços na Tesla, sua principal fonte de renda. O empresário justificou essa mudança indicando que as tarefas mais relevantes que lhe foram atribuídas por Trump jazem na maior parte concluídas.
A declaração de Musk ocorre em um contexto de resultados financeiros abaixo do esperado para a Tesla no primeiro trimestre do ano. A montadora elétrica reportou um lucro de 409 milhões de dólares, mostrando uma queda de 71% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As receitas também não atingiram as expectativas do mercado, totalizando 19,3 bilhões de dólares, enquanto a previsão era de 21,3 bilhões de dólares. Musk observou que a demanda por veículos está sendo afetada por “mudanças no sentimento político”. Em resposta a esses resultados, a Tesla reafirmou seus planos de lançar novos modelos de veículos acessíveis até 2025 e iniciar a produção em larga escala de robotáxis em 2026.
Além disso, a Tesla abordou os desafios que enfrenta devido à incerteza nos mercados automotivo e de energia, os quais foram agravados pelas políticas comerciais em rápida evolução que impactam a cadeia de suprimentos global. Em um comunicado, a empresa anunciou uma revisão de sua previsão de investimentos para o ano, agora estimada em 10 bilhões de dólares, o que representa uma redução em relação aos mais de 11 bilhões de dólares mencionados anteriormente. Essa abordagem cautelosa reflete o cenário macroeconômico incerto, marcado pela guerra comercial global promovida pelo governo Trump.
