A valorização das ações da Tesla resultou em um aumento significativo na diferença de fortuna entre Elon Musk e Jeff Bezos, fundador da Amazon, somando R$ 966 bilhões (US$ 170 bilhões) a favor de Musk.
No dia 23 de outubro, o patrimônio de Musk cresceu em R$ 54,5 bilhões (US$ 9,6 bilhões), alcançando o total de R$ 2,1 trilhões (US$ 371,3 bilhões), conforme dados da Forbes. Esse crescimento se traduz numa elevação expressiva na desigualdade patrimonial em relação a Jeff Bezos, que agora ocupa a segunda posição nessa lista.
Este aumento no valor das ações da Tesla, que subiu 7% e atingiu o preço de US$ 255 (R$ 1.449) na abertura do mercado, ocorreu após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, que, embora não tenham sido considerados favoráveis em diversos índices, se mostraram alentadores para os investidores. A declaração de Musk reafirmando seu compromisso com a empresa, após um período de dedicação ao governo, foi vista como um aspecto fundamental para a reação positiva.
A Tesla também se beneficiou de um movimento de recuperação no mercado, motivado pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aliviar tensões na disputa comercial com a China, além de reconsiderar a demissão do presidente do Federal Reserve. O índice Nasdaq, repleto de empresas de tecnologia, experimentou uma alta de 3%. A declaração de Musk sobre seu comprometimento com a Tesla teve um papel crucial nesta valorização das ações.
Analistas da Evercore ISI, liderados por Chris McNally, notaram que o tom da teleconferência após os resultados era de um “Elon arrependido”, com Musk anunciando planos de dedicar mais tempo à Tesla a partir do próximo mês. Essa promessa foi bem recebida por aqueles que observavam uma preocupação crescente com os impactos da longa dedicação do bilionário ao Departamento de Eficiência Governamental sobre a imagem da marca.
Ronald Jewsikow, analista da Guggenheim, destacou que a confirmação do lançamento de “robotáxis” autônomos em junho e o início da produção de veículos elétricos acessíveis no primeiro semestre deste ano também contribuíram para o impulso nas ações. Apesar do aumento recente, as ações da Tesla ainda acumulam uma queda de quase 40% em 2025, em contraste com a redução de 8% do S&P 500, e a instabilidade nas tarifas sugerem temores de uma recessão.
Elon Musk doou US$ 288 milhões (R$ 1,6 bilhão) para campanhas eleitorais, tornando-se o maior doador político para o ciclo eleitoral de 2024. Sua atuação no DOGE, marcada por cortes significativos, incluindo demissões em massa, gerou reações adversas sobre a Tesla e afetou negativamente suas vendas.
Além de suas funções na Tesla e no DOGE, Musk lidera a SpaceX e outras startups no setor de tecnologia. A situação da montadora seria crítica se Musk não reassumisse seu compromisso com a empresa, conforme advertências feitas por analistas.
Embora Musk tenha reafirmado sua posição no governo, ele expressou sua intenção de continuar contribuindo uma ou duas vezes por semana enquanto o presidente desejar. Ao mesmo tempo, manifestou críticas à política tarifária do governo Trump, defendendo tarifas mais baixas como benéficas para a economia. Musk ressaltou que continuaria advogando por tarifas reduzidas, apesar de sua contribuição no governo, indicando um posicionamento claro sobre questões econômicas que afetam sua empresa.
