O dólar voltou a apresentar alta após 12 sessões seguidas em queda, uma sequência negativa sem precedentes desde a implementação do Plano Real. Nesta quarta-feira (5), a moeda norte-americana encerrou o dia se valorizando em relação ao real, embora esteja em queda em outros mercados internacionais, influenciada pelas reduções das taxas nos Estados Unidos, Canadá, China e México. Apesar de ter início de dia com tendência de queda, a moeda americana rapidamente sinalizou uma reversão, impulsionada pela realização de lucros por parte dos investidores e pela recomposição de posições compradas.
Segundo especialistas em investimentos, não houve um fator concreto que justificasse essa recuperação do dólar, exceto um movimento de correção após prolongados dias de desvalorização. As avaliações indicam que, apesar dessa alta, a expectativa ainda é de que a tendência de queda persista. No fechamento, o dólar foi cotado a R$ 5,7935, um aumento de 0,37%.
Durante o dia, o mercado monitorou as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que se reuniu com o novo presidente da Câmara, Hugo Motta. Em sua fala, Haddad destacou que a proposta de reforma do Imposto de Renda incluirá isenção para rendimentos até R$ 5 mil mensais, além de medidas para compensar a renúncia fiscal decorrente dessa mudança.
No cenário da Bolsa, o Ibovespa teve um resultado positivo, subindo 0,31% e fechando a 125.534,07 pontos, após três dias de queda. O desempenho otimista foi atribuído à divulgação de resultados no setor financeiro, especialmente após o Santander reportar um lucro significativamente superior ao esperado no último trimestre de 2024. As expectativas são de que outros bancos também apresentem resultados positivos.
No setor aeronáutico, a Embraer anunciou uma encomenda recorde de aproximadamente 200 aviões pela empresa Flexjet, totalizando um valor estimado em US$ 7 bilhões (R$ 40,4 bilhões). Este marco histórico levou a um aumento de 15% no valor das ações da Embraer, que alcançaram R$ 66,37 por unidade.
Entretanto, o avanço do índice foi restringido pela queda nos preços do petróleo no exterior, que impactou negativamente as ações da Petrobras. Essa diminuição nos preços foi atribuída ao aumento considerável das reservas de petróleo nos Estados Unidos, que superaram as expectativas, sugerindo uma possível diminuição na demanda global pela commodity neste ano.
Na tarde desta quarta-feira, o Banco Central reportou que o Brasil encerrou o mês de janeiro com um fluxo cambial total negativo de US$ 6,7 bilhões, resultante de saídas líquidas de US$ 4,562 bilhões no comércio e remessas de US$ 2,137 bilhões pelo canal financeiro. Apesar desse resultado desfavorável, a última semana de janeiro apresentou um fluxo positivo de US$ 1,253 bilhão em entradas no país.
