5 março 2025
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Empresa privada e NASA capturam ondas de choque e revelam descobertas incríveis

Uma recente fotografia revelou o momento em que o avião experimental XB-1, projetado pela Boom Supersonic, ultrapassou a barreira do som durante seu segundo voo de testes, realizado em 10 de fevereiro no Deserto de Mojave, nos Estados Unidos. A aeronave alcançou velocidades superiores a Mach 1, que corresponde a aproximadamente 1.235 quilômetros por hora ao nível do mar, em condições atmosféricas padrões.

A quebra da barreira do som acontece quando uma aeronave atinge essa velocidade, resultando na formação de uma onda de choque visível, conhecida como estrondo sônico. A Boom Supersonic, em parceria com a Nasa, registrou imagens detalhadas das ondas de choque geradas pelo XB-1. Para isso, foi utilizada uma técnica avançada chamada fotografia Schlieren, que permite a visualização de variações na densidade do ar, tornando as ondas de choque perceptíveis.

O piloto de testes, Tristan “Geppetto” Brandenburg, desempenhou um papel essencial no experimento. Ele posicionou o XB-1 em um local e horário estratégicos, o que possibilitou que a aeronave fosse fotografada iluminada pelo sol. Essa posição foi fundamental para documentar as alterações na densidade do ar ao redor da aeronave em velocidades supersônicas. Para garantir a exatidão do posicionamento, a equipe da Boom desenvolveu um software de aviônicos que orientou o piloto a pontos predefinidos, calculados pela Nasa.

As imagens foram capturadas utilizando telescópios terrestres com filtros especiais, capazes de identificar distorções no ar, como as ondas de choque criadas pelo XB-1. Além da documentação visual, a Boom Supersonic coletou dados que indicavam a inexistência de estrondos sônicos audíveis no solo durante os voos supersônicos da aeronave.

A empresa planeja utilizar os dados obtidos nos testes para desenvolver a tecnologia denominada “Boomless Cruise” (ou “Cruzeiro sem Estrondo”), que permitirá ao futuro avião comercial supersônico Overture voar a velocidades de até Mach 1.3 sem gerar estrondos sônicos percetíveis no solo. Essa inovação pode reduzir o tempo de voo em rotas como a da Costa Leste-Oeste dos Estados Unidos em até 90 minutos.

Os resultados deste experimento representam um progresso significativo nas investigações sobre voos supersônicos comerciais, que buscam integrar maior velocidade, eficiência e uma redução nos impactos ambientais. No entanto, especialistas ressaltam que existem desafios técnicos e regulatórios a serem superados antes que essa tecnologia possa ser implementada de forma comercial.

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