O setor empresarial colombiano solicita à administração do presidente Gustavo Petro que busque uma solução diplomática para a tensão com os Estados Unidos. Associações de classe indicam que “a diplomacia demanda moderação” e alertam sobre as possíveis consequências “devastadoras” das tarifas de importação anunciadas por Donald Trump neste final de semana.
O Conselho Gremial Nacional, que representa mais de 15 mil empresas e responde por 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, divulgou um comunicado na noite deste domingo, apelando ao governo Petro para “resolver a crise diplomática com os EUA e impedir danos significativos à economia nacional e ao comércio bilateral”.
“No comunicado, é destacado que as medidas implementadas pelo governo dos Estados Unidos, ao rejeitar o retorno de migrantes colombianos ao país, podem ter graves implicações para a economia da Colômbia. As ações recíprocas anunciadas pela Colômbia tendem a agravar essa situação e reduzir as chances de uma solução pacífica em um curto espaço de tempo”, menciona o documento.
O Conselho também enfatiza que a situação “afeta profundamente os cidadãos colombianos e os setores produtivos”. “Instamos o governo colombiano a agir de maneira construtiva para mitigar os efeitos das anunciadas medidas. É crucial priorizar soluções que assegurem a estabilidade econômica, o custo de vida, o emprego e o bem-estar da população”, acrescenta o comunicado.
Quem também manifestou a necessidade de um entendimento amigável foi o presidente da Federação Nacional dos Cafeicultores, Germán Bahamón Jaramillo. Em suas redes sociais, o executivo afirma que “a diplomacia exige moderação, uma vez que uma decisão infeliz pode resultar em um impacto econômico de proporções devastadoras”.
Bahamón Jaramillo ressalta que a indústria cafeeira proporciona emprego a mais de 560 mil famílias no país e que os Estados Unidos são o principal comprador do café colombiano, representando mais de 40% das exportações, que atingem mais de US$ 1,1 bilhão anualmente. “Pedimos por uma ação diplomática eficaz para evitar prejuízos econômicos e sociais ao nosso país”, conclui o representante dos cafeicultores.