A pandemia de Covid-19 teve um impacto profundo na economia global, resultando em perdas massivas de empregos e no fechamento de muitas empresas. De acordo com o Banco Mundial, mais de 60 milhões de pessoas foram empurradas para a extrema pobreza em todo o mundo durante esse período. O percentual de indivíduos vivendo com menos de 2,15 dólares por dia aumentou de 9,05% para quase 10% em 2020.
Para mitigar os efeitos econômicos da pandemia sobre a população, diversos governos implementaram programas de auxílio emergencial. Nos Estados Unidos, o gasto com programas sociais durante a pandemia representou 11% do PIB, o maior percentual entre as economias de alta renda, conforme indicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Isso teve um efeito significativo sobre a demanda. Um economista sênior destacou que a capacidade de fabricação foi prejudicada pela Covid-19, resultando em uma situação onde a oferta insuficiente, em meio a uma demanda alta, levou ao aumento dos preços, um fenômeno que continua a apresentar impactos nos dias de hoje.
Nos Estados Unidos, a inflação atingiu um pico de 9% em 2022, o maior índice em quatro décadas, sem retornar à meta de 2% estabelecida pelo banco central americano. No Brasil, um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que as medidas de auxílio implementadas pelo governo representaram 4% do PIB. No entanto, o FMI avaliou que um programa social com custo 50% inferior poderia ser suficiente para proteger a população. A taxa básica de juros no Brasil está atualmente fixada em 13,25%, a maior desde agosto de 2023, enquanto a inflação em fevereiro alcançou os maiores níveis em 22 anos. A recessão econômica também resultou em um fechamento de aproximadamente 500 mil empresas no Brasil em 2020.
As empresas precisaram adaptar suas operações rapidamente para enfrentar a crise. Um especialista em gestão comentou que essa necessidade de agilidade e mudança durante a pandemia estimulou inovações que podem impactar o futuro. Um exemplo pessoal é o relato de uma empresária que, ao reabrir seu restaurante em Nova York após o início da pandemia, buscou alternativas como o fortalecimento do serviço de delivery e a venda de pratos congelados.
A aceleração da inovação foi visível em setores como o comércio digital e transporte. A DHL registrou um aumento significativo na área de e-commerce durante a pandemia. Entre o segundo trimestre de 2019 e o segundo trimestre de 2020, o volume de comércio eletrônico nos Estados Unidos aumentou 60% em comparação ao ano anterior. Essa mudança no comportamento do consumidor também se verificou no Brasil, onde os pedidos online cresceram, abrangendo não apenas restaurantes, mas também supermercados e farmácias. Esse padrão de demanda se manteve e continuou a crescer após a pandemia.
A pandemia provocou uma aceleração de processos tanto no Brasil quanto globalmente. Além disso, uma série de análises investigou os impactos da corrida pela vacina contra a Covid-19, especialmente no tratamento de doenças como o câncer, e como os efeitos da pandemia ainda são sentidos cinco anos depois.
