O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, vai se reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington, DC, na próxima terça-feira (4), de acordo com informações do escritório do primeiro-ministro israelense. Isso fará de Netanyahu o primeiro líder mundial a ter um encontro formal com Trump desde que ele assumiu o cargo. Os dois líderes devem “debater Gaza, os reféns, os desafios trazidos por diversas facções do eixo iraniano e outras questões importantes”, conforme comunicado do escritório de Netanyahu no último sábado.
Essa reunião acontece após Trump ter quebrado a tradição ao convidar diversos líderes globais para sua cerimônia de posse em 20 de janeiro, incluindo a primeira-ministra da Itália. Porém, até agora, Trump ainda não havia realizado uma conversa oficial com outro líder mundial desde o início de seu segundo mandato. A confirmação desse encontro ocorre logo após a recente troca de reféns e prisioneiros palestinos dentro do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas. Um cidadão israelense-americano e mais dois israelenses foram liberados em troca de quase 200 prisioneiros palestinos no sábado (1º).
O encontro também surge após Trump indicar que seu plano para a Faixa de Gaza consistiria em “limpar” a área e transferir centenas de milhares de palestinos para o Egito e a Jordânia. Essa proposta foi firmemente condenada por nações árabes. Em uma declaração conjunta divulgada após uma reunião no Cairo, chanceleres e autoridades do Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Autoridade Palestina e Liga Árabe afirmaram que tal transferência poderia comprometer a estabilidade regional, provocar novos conflitos e dificultar as chances de paz.
Na manifestação conjunta, os países árabes expressaram sua rejeição a qualquer tentativa de comprometer os direitos inalienáveis dos palestinos, seja por meio de políticas de assentamento, despejos, anexação de terras ou qualquer forma de desocupação das terras de seus legítimos proprietários, independentemente das circunstâncias ou justificativas. Além disso, o comunicado enfatizou que as nações da região estão dispostas a cooperar com Trump para alcançar uma paz justa e abrangente no Oriente Médio, fundamentada em uma solução que preveja a criação de dois Estados.