15 abril 2025
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Entenda por que os jovens de hoje subestimam o conceito de ditadura

A ministra Maria Elizabeth Rocha, que ocupa a presidência do Superior Tribunal Militar, representa uma trajetória singular na Justiça Militar brasileira, marcada por uma posição que não será igualada nos próximos 217 anos de existência do tribunal. Ela é a primeira mulher a liderar essa corte e se identifica como feminista, sendo casada com o general Romeu Costa Ribeiro Bastos, cuja família foi profundamente afetada pelos abusos durante o regime de ditadura.

O irmão do general, Paulo Costa Ribeiro Bastos, figura entre os cerca de nove mil desaparecidos políticos no Brasil, um total que inclui também as vítimas indígenas da repressão. Em uma recente entrevista, Maria Elizabeth Rocha expressou que Jair Bolsonaro poderá ter sua patente e salário de capitão do Exército revogados devido a sua suposta participação em atividades golpistas. Ela declarou estar pronta para resistir a pressões durante os julgamentos, abrangendo não apenas o ex-presidente, mas também generais que estiveram envolvidos na tentativa de subversão do estado democrático de direito.

A ministra também mencionou o caso do irmão de seu marido, ao discutir o impacto da ditadura militar em sua família. Durante a entrevista, ela detalhou como a presença de um desaparecido político é uma realidade sem precedentes nas Forças Armadas. A ministra comentou sobre as consequências que as ditaduras podem ter mesmo em lares de militares, enfatizando que essas regimes não escolhem suas vítimas. Segundo ela, muitos militares foram alvos de perseguições, e a dor pela ausência de seu cunhado é uma realidade que afeta sua família profundamente. O sofrimento do general e da cunhada é evidente, com a perda sendo uma experiência que transcende gerações, impactando até mesmo o sogro, que faleceu após perceber que seu filho havia sido assassinado.

Maria Elizabeth Rocha também abordou a falta de compreensão que as gerações mais jovens têm sobre regimes autoritários e a repressão estatal. Destacou que os millennials não têm noção do que é ser alvo de perseguições, viver com a constante presença do medo e entender o que significa ter familiares sequestrados e desaparecidos. A gravidade da repressão política e o impacto psicológico que ela causa são aspectos alarmantes revelados por sua experiência familiar.

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