Virginia Giuffre escreveu em dezembro de 2019: “De nenhuma maneira ou forma, eu sou suicida. Se alguma coisa acontecer comigo, não deixem passar. Muitas pessoas perversas querem me ver silenciada”. Recentemente, a família anunciou sua morte, ocorrida em uma casa de praia adquirida com o dinheiro pago pelo príncipe Andrew, como parte de um acordo em um caso civil.
Virginia se tornou uma figura central nas acusações contra Jeffrey Epstein, alegando ter sido abusada em três ocasiões. Sua história a estabeleceu como a vítima mais conhecida do predador sexual.
Sua morte se soma a outros casos de suicídio associados a Epstein. O primeiro foi o próprio Epstein, encontrado morto em sua cela em Nova York em 2019, em circunstâncias que geraram muitas teorias conspiratórias. O segundo foi Jean-Luc Brunel, um recrutador de meninas jovens, que também foi encontrado enforcado em sua cela em 2022, enfrentando acusações de estupro.
Brunel, de acordo com relatos, havia feito um “presente” controverso a Epstein, envolvendo trigêmeas de doze anos. Esse tipo de prática ilustra a gravidade das acusações contra Epstein, que era conhecido por aliciar jovens para serviços sexuais.
Virginia, antes conhecida como Roberts, foi uma das jovens recrutadas por Ghislaine Maxwell, que atualmente cumpre pena de 20 anos de prisão. Virginia se tornou uma figura proeminente no círculo social de Epstein, viajando em seu avião particular, conhecido como “Lolita Express”, e frequentando sua propriedade na ilha, que recebeu o apelido de “Ilha dos Pedófilos”.
Epstein esteve associado a várias figuras influentes, incluindo ex-presidentes e celebridades, aumentando a gravidade dos crimes que envolviam seu círculo.
A associação de Virginia com o príncipe Andrew resultou em consequências drásticas para ele, incluindo a perda de títulos e posições. Uma foto que mostrava Andrew com Virginia se tornou uma das principais provas na disputa, embora aliados dele sugerissem que a imagem era manipulada.
Com a morte de Virginia, desaparece a possibilidade de uma eventual reabilitação por parte da realeza britânica. A forma como ela lidava com suas experiências traumáticas, incluindo relatos de acidentes que a deixaram em estado crítico, destaca a pressão emocional que enfrentava.
Virginia era casada e teve três filhos, mas sua vida pessoal estava repleta de dificuldades, culminando em conflitos familiares. Apesar de qualquer ceticismo em relação a teorias conspiratórias, o peso de sua história de abuso era indiscutivelmente significativo. Virginia morreu aos 41 anos, e questionamentos sobre o que poderia ter ficado por contar permanecem, com muitos acreditando em um encobrimento maior.