A contagem de votos do segundo turno presidencial no Equador começou no domingo (13), em um cenário marcado por elevada polarização entre os candidatos, o presidente conservador Daniel Noboa, de 37 anos, e a esquerdista Luisa González, que busca se tornar a primeira mulher a liderar o país. O ambiente nas ruas da capital refletia uma expectativa festiva, com motoristas celebrando, em contraste com a violência ligada ao narcotráfico que permeou o processo eleitoral, incluindo assassinatos de candidatos e ataques a meios de comunicação.
Pesquisas indicam uma disputa acirrada, especialmente após a vitória de Noboa no primeiro turno, onde a diferença entre os candidatos foi inferior a um ponto percentual. A insegurança gerada pela guerra entre cartéis contribuiu para um clima tenso, impactando a economia local, que já enfrenta dificuldades financeiras.
Cartazes com as imagens de González e Noboa adornam as ruas, simbolizando a divisão do eleitorado. Dados de abril mostraram que as intenções de voto estavam em 50,3% para Noboa e 49,7% para González. Uma significativa participação do eleitorado foi registrada, com 84% dos 13,7 milhões de eleitores cumprindo a exigência de voto obrigatório.
Daniel Noboa, que deseja se manter no cargo até 2029, é um dos líderes mais jovens do cenário político global. Por sua vez, Luisa González, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, busca alterar uma dinâmica política histórica ao tornar-se a primeira mulher na presidência.
No primeiro turno, Noboa alegou haver irregularidades durante a contagem dos votos. Entretanto, essa afirmação foi refutada por observadores internacionais. Para este segundo turno, Luisa González acusou o governo de ações para manipular os resultados da votação.
Diana Atamaint, presidente do Conselho Nacional Eleitoral, enfatizou a importância de rejeitar acusações infundadas de fraude, alertando que tais alegações podem desestabilizar a confiança no sistema democrático. Especialistas apontam que um resultado apertado poderá resultar em desafios de legitimidade e governabilidade para o vencedor, uma vez que significaria dividir o país.
Em um contexto pré-eleitoral tenso, o governo instaurou um estado de exceção por 60 dias, incluindo um toque de recolher para as áreas mais afetadas pela violência. Luisa González expressou preocupações sobre a violação de direitos durante esse processo, enquanto Daniel Noboa, em sua votação, optou por não fazer declarações. Ambos os candidatos estavam sob forte proteção policial durante o pleito.