A deputada federal Erika Hilton, do PSOL de São Paulo, foi homenageada na terça-feira, 27, com a medalha e o título de Grande Oficial da Ordem de Rio Branco. Esta distinção é considerada a mais alta honraria concedida pelo Ministério de Relações Exteriores do Brasil.
A condecoração ocorre em meio a uma situação de transfobia vivenciada pela parlamentar, que é uma mulher trans. Recentemente, o governo dos Estados Unidos desconsiderou os documentos oficiais de Hilton, que foram emitidos com seu nome e gênero corretos, referindo-se a ela com um nome masculino no contexto de um novo visto para entrada no país.
Hilton manifestou que essa situação representa um conflito diplomático entre os EUA e o Brasil, uma vez que o governo americano não reconheceu os documentos oficiais de uma parlamentar eleita. Ela também acionou a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos em resposta à questão, que ocorre sob a administração de Donald Trump.
A deputada expressou sua gratidão ao presidente Lula pela condecoração e enfatizou a importância de tal reconhecimento. Hilton comentou que receber a medalha, sendo a primeira pessoa trans a obter essa honra, é um marco significativo e espera que essa seja apenas a primeira de muitas homenagens a pessoas que lutam pelo bem do Brasil e de seu povo.
A Ordem de Rio Branco é uma honraria concedida pelo governo brasileiro para reconhecer virtudes cívicas, especialmente nas relações exteriores. É a principal condecoração que o Itamaraty pode oferecer.
O título de Grande Oficial é um dos cinco graus da Ordem, junto a Cavaleiro, Oficial, Comendador e Grã-Cruz. A medalha é entregue juntamente com o título, servindo como um símbolo de reconhecimento aos laureados.
A Ordem é composta por dois quadros: Ordinário e Suplementar. O quadro Ordinário é composto por diplomatas brasileiros ativos, enquanto o quadro Suplementar inclui diplomatas aposentados e demais indivíduos ou instituições, tanto nacionais quanto estrangeiras, que recebem a honraria.