A recente decisão do governo de isentar o imposto de importação sobre alimentos não trará benefícios substanciais para os consumidores brasileiros, conforme afirmado pelo economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul. Em uma entrevista, este especialista elucidou os motivos pelos quais essa ação não se mostrará eficaz. Segundo ele, a questão atual não reside na oferta, mas sim na demanda. A falta de produtos no Brasil não é um fator determinante para a inflação.
O Brasil se destaca como um dos maiores produtores e exportadores de diversos alimentos no cenário global, incluindo café, açúcar, carne bovina e carne de frango. O país está na vanguarda da produção e exportação desses itens, evidenciando sua posição privilegiada no mercado alimentar mundial. O especialista observou que o Brasil não apenas lidera a produção de açúcar, mas também é responsável pela metade do transporte global desse produto.
Além do açúcar, o Brasil ocupa o segundo lugar na produção de carne de frango e é o maior exportador desta carne, possuindo uma significativa participação de mercado. No que tange à carne bovina, o país também é o segundo maior produtor e o principal exportador.
A abordagem do governo em relação à inflação foi criticada pelo economista, que argumentou que a origem do problema está nos gastos públicos excessivos. Ele apresentou dados que indicam que o déficit nominal atual supera aquele registrado durante a pandemia, mesmo na ausência de uma crise sanitária.
O economista concluiu que a medida divulgada pelo governo representa uma tentativa de criar uma narrativa política para um problema econômico que, segundo ele, é resultado das políticas de gastos públicas dessa administração. A criação de alternativas políticas é vista como uma forma de justificar a situação econômica atual, a qual, conforme argumentou, foi gerada pela própria gestão governamental.