O governo brasileiro enfrenta diversos desafios complexos no combate a fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e na reparação das vítimas. Um economista enfatiza que as dificuldades são de natureza técnica, jurídica e fiscal. A falta de um entendimento preciso sobre a magnitude do problema é atribuída à dependência da Dataprev para identificar a extensão das fraudes. A ausência de um sistema robusto que integre dados, como o cruzamento de CPFs com os benefícios concedidos, é uma limitação, em grande parte, de natureza política.
Existem ferramentas disponíveis para desenvolver um sistema de big data eficiente, mas a operação da Dataprev enfrenta restrições políticas. Essa situação expõe a natureza analógica do governo federal e evidencia a ineficácia dos sistemas e registros existentes. No aspecto jurídico, surgem incertezas sobre os métodos de ressarcimento. Fiscalmente, é apontado que as compensações não podem ser realizadas dentro do atual teto de gastos, especialmente diante da dificuldade do governo em economizar com o “pente-fino” prometido.
Essa situação ressalta a necessidade urgente de modernização e digitalização dos processos governamentais. A carência de um sistema integrado e eficaz de dados não apenas complica a identificação e solução de fraudes, mas também prejudica a capacidade do governo de oferecer serviços públicos de qualidade. A resolução deste problema demanda não apenas recursos financeiros, mas também a determinação política necessária para implementar mudanças estruturais na gestão de dados e na concessão de benefícios dentro do INSS e de outras instituições governamentais.