Com a exceção do advogado Celso Vilardi, representante de Jair Bolsonaro, todos os demais defensores dos integrantes do chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista tentaram apresentar defesas para seus clientes, mas não conseguiram contestar a acusação de que houve uma tentativa de golpe.
O advogado de Alexandre Ramagem, Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, cometeu um erro ao afirmar que a segurança das urnas era de responsabilidade da Abin. Ele recebeu uma reprimenda da ministra Cármen Lúcia, mas não apresentou argumentos que refutassem a alegação de tentativa de golpe.
Demóstenes Torres, que atua na defesa do almirante Almir Garnier, buscou demonstrar que a postura do almirante em determinados momentos se alinhava à dos outros comandantes das Forças Armadas, os quais foram identificados como fundamentais para a preservação da ordem democrática.
O advogado Eumar Novacki, defensor de Anderson Torres, também contestou aspectos da acusação contra seu cliente, afirmando que o ex-ministro da Justiça participou de uma transmissão ao vivo ao lado de Bolsonaro sobre as urnas, mas limitou-se a fazer leitura de um relatório de peritos federais nos últimos quatro minutos, sem abordar diretamente a tentativa de golpe.
Cezar Bittenourt, advogado de Mauro Cid, não utilizou os quinze minutos disponíveis para sua defesa e optou por uma fala breve, ressaltando o que definiu como “grandeza” de seu cliente e seu compromisso com a Justiça.
Os demais advogados dos acusados seguiram uma linha similar, argumentando sobre a insuficiência de provas e falhas no processo. Neste momento de recebimento da denúncia, as defesas aparentam adotar uma estratégia de defesa individualizada.
Este aspecto é relevante, pois pode influenciar a decisão dos ministros da primeira turma do STF na reunião marcada para a tarde de terça-feira, 25, quando os magistrados devem, por unanimidade, acatar a denúncia contra Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto.