Cientistas revelaram que uma estrela pouco luminosa em uma constelação visível após o anoitecer no Hemisfério Norte pode estar prestes a explodir. O sistema estelar binário conhecido como T Corona Borealis (T CrB) experimenta um aumento acentuado de brilho aproximadamente a cada 80 anos, tendo sido observado pela última vez em 1946. Este fenômeno representa uma oportunidade rara para a observação estelar, pois a explosão pode torná-lo visível a olho nu em breve.
De acordo com as previsões, a nova estrela deve entrar em erupção no dia 27 de março de 2025, tornando-se perceptível a olho nu por algumas noites. Se isso ocorrer, seu brilho será semelhante ao da Estrela Polar, que ocupa a 48ª posição entre as estrelas mais brilhantes no céu noturno.
O sistema T Corona Borealis está localizado a cerca de 3.000 anos-luz da Terra, na constelação Corona Borealis, também referida como “Coroa do Norte”. Ele é composto por uma anã branca, que é uma estrela que exauriu seu combustível e está esfriando, e uma gigante vermelha, cuja expansão e resfriamento resultam na expulsão de material.
Com o passar do tempo, a anã branca acumula material da gigante vermelha, levando a um evento de explosão termonuclear. Quando essa explosão ocorre, há um aumento repentino e significativo de brilho, fazendo com que a estrela, normalmente invisível, se torne brilhante o suficiente para ser vista da Terra. A T CrB já explodiu em 1787, 1866 e 1946, tornando isso um fenômeno previsível, observado por diversas gerações de astrônomos. Um evento similar acontece com o cometa Halley, que se aproxima da Terra a cada 76 anos.
Observações passadas demonstraram que a T CrB apresenta uma queda significativa de brilho antes de sua explosão. A Associação Americana de Observadores de Estrelas Variáveis notificou que essa diminuição ocorreu entre março e abril de 2023, levando a previsões de uma explosão em abril de 2024. Embora essa explosão não tenha se concretizado, os astrônomos continuam a monitorá-la atentamente.
Desde setembro do ano anterior, observações detalhadas da estrela revelaram variações que indicam a iminente explosão. Um astrônomo do Instituto SETI declarou que um programa de observação está sendo planejado. Entretanto, como o estudo é ainda teórico, suas conclusões não são definitivas. De acordo com um estudo publicado, a T CrB pode explodir em 27 de março ou 10 de novembro de 2025, ou ainda em 25 de junho de 2026.
A constelação Corona Borealis, composta por um arco de sete estrelas, aparece no horizonte leste cerca de três horas após o pôr do sol (no Hemisfério Norte), tornando-se mais fácil de ser visualizada uma hora após isso. Ela está situada entre as constelações de Boötes e Hércules.
Para localizar a constelação no céu noturno, deve-se procurar a estrela brilhante Arcturus a leste e seguir a curva do cabo do Grande Carro, que faz parte da constelação da Ursa Maior, até o horizonte. Em seguida, deve-se localizar Vega, que estará emergindo no nordeste. A Corona Borealis está aproximadamente entre essas duas estrelas.
Uma sugestão para a observação é buscar um ponto intermediário entre Arcturus e o aglomerado globular M13, que está localizado na constelação de Hércules.