14 junho 2025
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Estudos Revelam que o Governo Lula Não…

Uma nova rodada de pesquisa realizada pelo Datafolha indica uma interrupção significativa na recuperação da popularidade do presidente Lula. Com 28% de aprovação e 40% de reprovação, os dados retornam ao nível mais crítico de avaliação negativa durante seu terceiro mandato, encerrando a breve melhora observada em abril.

A diminuição na aprovação, mesmo que dentro da margem de erro, possui um peso simbólico importante, pois reflete a percepção pública afetada pela crise do INSS. O escândalo revelado pela Operação Sem Desconto da Polícia Federal, que indicou o desvio de aproximadamente R$ 6 bilhões em descontos ilegais sobre aposentadorias, contribuiu substancialmente para o desgaste da imagem do governo.

A tentativa inicial do governo de atribuir a responsabilidade pelo esquema ao governo anterior não produziu os resultados esperados, especialmente considerando que as práticas ilegais se estenderam até 2024, sob a atual administração. A resposta, considerada lenta e desarticulada, incluindo a fragilidade do ministro Carlos Lupi e conflitos institucionais, comprometeu a narrativa de controle e transparência.

Os dados da pesquisa mostram que o impacto da crise se fez sentir até mesmo entre os eleitores historicamente favoráveis a Lula. Entre aqueles que recebem até dois salários mínimos, a aprovação passou de 30% para 32%, mas a reprovação permanece elevada, em 33%. Já entre os entrevistados com ensino superior, a aprovação caiu de 31% para 25%.

Isso sinaliza que o governo enfrenta desafios não somente na comunicação de suas ações, mas também na manutenção de alianças e no suporte à base social que o elegeu. Além da crise do INSS, outros incidentes recentes aumentaram a percepção de desgoverno. A queda abrupta na avaliação de dezembro a fevereiro foi influenciada por falhas na comunicação relacionadas ao Pix, além das mudanças frequentes em medidas fiscais, como o IOF, e o desgaste gerado por declarações polêmicas de aliados.

Apesar da nomeação do marqueteiro Sidônio Palmeira para liderar a comunicação, o governo parece incapaz de definir o tom do debate público ou antecipar o impacto de suas próprias decisões. No terceiro ano de mandato, a administração Lula se depara não apenas com a pressão da oposição, mas também com a deterioração de sua capacidade de resposta em momentos de crise. O desgaste da imagem presidencial é visto como um indicativo de uma erosão mais profunda da confiança, que pode afetar negativamente a governabilidade no Congresso e o capital político necessário para abordar questões estratégicas. O Datafolha acende um alerta, enquanto o governo enfrenta novamente desafios perante a opinião pública.

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