O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, alertou que o país pode deixar de mediar o fim do conflito na Ucrânia caso Kiev e Moscou não apresentem propostas concretas. Segundo Rubio, ambos os lados devem oferecer soluções tangíveis para encerrar a guerra. O ex-presidente Donald Trump havia prometido que encerraria o conflito nas primeiras 24 horas após retornar ao cargo, mas o foco americano pode mudar se não houver progresso nas negociações.
A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, destacou que a visão de Rubio pede ações concretas de ambas as partes. Ela enfatizou que, na ausência de avanços, os Estados Unidos podem recuar em seu papel como mediadores. Bruce também mencionou que, em última instância, cabe a Trump decidir o caminho a seguir na diplomacia, notando que Vladimir Putin, líder russo, ainda estaria disposto a negociar um acordo de paz.
Em uma entrevista à ABC, Trump foi questionado sobre o desejo de Putin por paz e respondeu acreditar que sim, embora tenha insinuado que o líder russo pretende expandir seu controle sobre a Ucrânia. Durante as celebrações do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial em Moscou, Putin propôs um cessar-fogo de três dias, mas rejeitou a proposta dos Estados Unidos, apoiada pela Ucrânia, para um cessar-fogo de 30 dias.
Não está claro se Rubio pretende realmente mudar a abordagem ou apenas pressionar os dois países. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, expressou em videoconferência que todos desejam que a guerra termine de maneira justa, sem concessões territoriais a Putin. O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzia, responsabilizou Zelensky pela escalada do conflito, alegando que Moscou continuará o diálogo com Washington.
Durante uma sessão no Conselho de Segurança, o diplomata americano John Kelley afirmou que ambos os lados poderiam se beneficiar de um pacto e condenou os ataques russos. Ele destacou que a Rússia tem uma oportunidade significativa para alcançar a paz duradoura.
Trump, que criticou o apoio de Joe Biden à Ucrânia, buscou mais aproximação com Putin após assumir o cargo, o que ajudou o líder russo a sair do isolamento internacional. Recentemente, Putin se reuniu com Steve Witkoff, principal emissário de Trump para assuntos internacionais. Trump também criticou Zelensky por não expressar gratidão suficiente pelo apoio militar recebido dos Estados Unidos.
Por outro lado, a senadora Jeanne Shaheen, do Comitê de Relações Exteriores do Senado, advertiu que reconhecer a anexação da Crimeia pela Rússia incentivaria novas agressões. Ela criticou a abordagem de Trump nas negociações, alegando que tem resultado em concessões sucessivas à Rússia.
Além disso, a Ucrânia anunciou a evacuação de sete vilarejos na região de Dnipropetrovsk, que agora estão sob nova ameaça das forças russas. Apesar dos esforços, a Rússia não conseguiu avançar significativamente na região de Donetsk, mesmo após três anos de combate. Na semana anterior, um míssil balístico atingiu uma área residencial em Kiev, marcando um dos ataques mais devastadores à capital desde o início da invasão.