A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos está programada para votar, nesta terça-feira (11), um projeto de lei de financiamento do governo que visa prevenir uma paralisação parcial, que está prevista para ocorrer na sexta-feira (14). O presidente da Câmara, Mike Johnson, anunciou no último sábado (8) um plano para uma medida provisória que implicaria cortes nos gastos governamentais até o dia 30 de setembro. O ex-presidente Donald Trump manifestou apoio ao projeto de lei no mesmo dia.
O projeto proposto prevê um aumento de cerca de US$ 6 bilhões nas despesas com defesa, enquanto os gastos com outras áreas seriam reduzidos em aproximadamente US$ 13 bilhões, conforme informaram assessores da liderança republicana. Ressaltou-se que não há adições relacionadas a políticas partidárias; no entanto, o plano inclui solicitações de financiamento da administração da Casa Branca, que incluem recursos adicionais para deportações, administradas pelo Serviço de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE).
A votação suscitará uma série de reações. Johnson demonstrou otimismo em relação à aprovação do projeto de lei, enfatizando que pretende viabilizá-lo apenas com os votos do Partido Republicano, confiando na sua maioria estreita. O presidente da Câmara deu a entender que, caso o plano seja obstruído, a responsabilidade recairia sobre os democratas do Senado.
A liderança democrática, liderada por Hakeem Jeffries, incentivou seus membros a se posicionarem contra o projeto. Um comunicado enviado aos integrantes do grupo criticava o plano republicano, descrevendo-o como um “cheque em branco” em benefício de figuras como Elon Musk e Donald Trump.
No âmbito dos votos e oposições, um membro republicano, o deputado Thomas Massie, se declarou contra o projeto, o que indicaria que Johnson não poderia perder mais votos dentro do seu grupo, considerando a linha partidária e a presença de todos os integrantes durante a votação. Alguns outros membros ainda têm posição indefinida, como o deputado Tim Burchett, que afirmou estar avaliando sua posição. Por outro lado, o deputado Tony Gonzales havia declarado opor-se a qualquer medida provisória, embora isso tenha mudado após o apelo de Trump por apoio entre os republicanos. Até o momento, nenhum membro democrata manifestou publicamente intenção de apoiar a proposta.
No Senado, o republican senator Rand Paul é provável que também se oponha ao projeto, sendo necessário que pelo menos oito votos democratas se mobilizem para superar uma possível obstrução. Os líderes democratas ainda não se pronunciaram sobre a possibilidade de pressionar seus membros para bloquear o projeto. O senador Mark Kelly, do Arizona, levantou preocupações sobre como uma paralisação do governo poderia permitir a Trump e ao Departamento de Eficiência Governamental mais liberdade para implementar cortes em departamentos federais; ainda assim, não se posicionou claramente sobre seu voto no projeto.
Em termos de consequência, a prefeita de Washington, DC, Muriel Bowser, alertou em coletiva que, caso o projeto siga adiante, a cidade teria que cortar US$ 1,1 bilhão de seu orçamento já aprovado. Ela destacou que essas reduções impactariam diretamente áreas prioritárias como segurança pública, educação e crescimento econômico. Kevin Donahue, administrador da cidade, complementou que essas dificuldades resultariam em um “congelamento imediato de contratações”, seguido de demissões, dado que 85% do orçamento do distrito é destinado a funcionários.