Desde 15 de março, os Estados Unidos têm realizado ataques aéreos quase diariamente com a intenção de interromper as ofensivas dos rebeldes houthis contra embarcações civis e militares em áreas cruciais para o comércio global. Recentemente, relatos indicaram a morte de quase 40 pessoas em um ataque realizado contra um terminal petrolífero em Ras Issa, localizado na costa oeste do Iémen e sob o controle dos houthis, segundo informações de veículos de comunicação afiliados ao grupo insurgente.
A ofensiva dos houthis teve início no final de 2023, em solidariedade aos palestinos da Faixa de Gaza durante o conflito entre o Hamas, um movimento islamista, e Israel. O grupo, que detém a maior parte do território iemenita, incluindo a capital Sanaa, tem direcionado seus ataques até mesmo ao território israelense. Recentemente, o exército israelense relatou a interceptação de um míssil disparado a partir do Iémen. O porta-voz do Ministério da Saúde houthi informou que entre as vítimas do ataque aéreo americano, estavam cinco socorristas que prestavam auxílio no local.
O Comando Central dos Estados Unidos, conhecido como Centcom, comunicou que o propósito dos ataques é enfraquecer a capacidade econômica dos houthis. O comunicado destaca que as ações dos EUA visam eliminar fontes de combustível que sustentam financeiramente os houthis e possibilitam suas atividades na região, descritas como terroristas pelos Estados Unidos. O governo americano impôs, simultaneamente, sanções a um banco no Iémen e a seus principais executivos, que, segundo Washington, oferecem suporte crucial ao grupo insurgente.
Em resposta aos ataques, o grupo houthis anunciou mobilizações nas áreas que controla, em protesto contra os bombardeios e em apoio aos palestinos na Gaza. O governo iraniano também criticou os ataques, os qualificando como uma “violação flagrante” das diretrizes da Carta das Nações Unidas. As ações dos houthis têm impactado severamente a navegação pelo canal de Suez, pela qual transita cerca de 12% do tráfego marítimo mundial, levando diversas empresas a optarem por rotas alternativas mais longas para evitar a área.
O governo dos Estados Unidos iniciou sua operação contra os houthis durante a administração de Joe Biden, enquanto o predecessor, Donald Trump, havia se comprometido a manter a ofensiva militar até que os rebeldes deixassem de representar uma ameaça à segurança marítima.