O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, informou que se reuniu com um representante do presidente russo Vladimir Putin nesta semana e o enviou de volta a Moscou com uma mensagem clara: a necessidade de um avanço nas negociações de paz para encerrar a guerra na Ucrânia é urgente. Em suas declarações, Rubio destacou que esse momento se aproxima rapidamente. Nos próximos dias, os EUA esperam ver ações concretas que demonstrem a verdadeira disposição da Rússia para a paz.
Rubio também indicou que, embora não tenha sido uma ameaça, sua mensagem refletiu o posicionamento da administração Trump. Recentemente, a insatisfação do presidente Donald Trump com Putin foi evidente, especialmente após uma conversa em que o líder russo rejeitou uma proposta de cessar-fogo imediato na Ucrânia. Tanto Trump quanto seu enviado, Steve Witkoff, que se encontrou com Putin em duas ocasiões este ano, acreditam que a Rússia deseja um acordo de paz, mas sob suas próprias condições.
O secretário de Estado esteve em discussões na Arábia Saudita com representantes de altos escalões da Rússia e da Ucrânia, tendo como objetivo reiniciar as conversas sobre um cessar-fogo e um potencial acordo para encerrar o conflito que já dura três anos. No entanto, Rubio enfatizou que é necessário um progresso real, evitando discussões vazias.
Kirill Dmitriev, o enviado de Putin à Washington, mencionou que o cessar-fogo recentemente acordado, que abrange o fim dos ataques à infraestrutura energética da Ucrânia e da Rússia, é um sinal positivo. Ele descreveu esse desenvolvimento como a “primeira desescalada em três anos.” Contudo, um alto funcionário da Otan afirmou que esse cessar-fogo ainda enfrenta problemas, uma vez que os detalhes não estão claros, e a Rússia continua a realizar ataques, complicando a situação.
Mais amplamente, os objetivos da Rússia em relação à Ucrânia ainda não demonstram mudanças significativas, conforme sugerido por suas ações e negociações atuais. A cúpula da Otan ressalta a diferença entre diálogo e negociação real. A desconfiança em relação às intenções da equipe de Putin persiste, com o recente anúncio de uma grande convocação de recrutas não sendo visto como um sinal positivo para a busca de um cessar-fogo.
Após um anúncio na semana anterior sobre a extensão do cessar-fogo para incluir uma moratória de combates no Mar Negro, a Rússia apresentou novas condições, como a retirada de sanções. Funcionários russos enfatizam que qualquer acordo deve tratar das causas fundamentais do conflito. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, expressou que as propostas americanas precisariam ser revistas para incluir as demandas russas relevantes.
Durante a reunião em Bruxelas, os ministros das Relações Exteriores reafirmaram o apoio à Ucrânia, mas não houve avanços significativos nas garantias de segurança a longo prazo que os EUA se mostraram relutantes em oferecer. Rubio fez um encontro breve com o Ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, que compartilhou preocupações sobre violações do cessar-fogo por parte da Rússia.
Ambos os lados nas discussões entre EUA e Rússia manifestaram interesse em considerar um futuro pós-guerra que permita focar em iniciativas financeiras. A visita de Dmitriev a Washington enfatizou o desejo da Rússia de reestabelecer laços com o Ocidente após anos de isolamento. Ele afirmou que a administração Trump compreende as preocupações russas e que o país está disposto a levar adiante as conversas, embora as propostas atuais dos EUA ainda não sejam viáveis para Moscou.
Esses eventos sustentam a percepção de que os objetivos da Rússia permanecem inalterados, buscando adiar concessões e avançar na questão das sanções e na reintegração da Rússia na comunidade internacional.
