7 abril 2025
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EUA Implementam Nova Taxa de 10% em Importações de Produtos

Agentes da alfândega dos Estados Unidos iniciaram, no último sábado (5), a aplicação de uma tarifa unilateral de 10% sobre as importações provenientes de diversos países, conforme determinado pela administração do ex-presidente Donald Trump. Essa medida, que se complementa com taxas ainda mais elevadas destinadas a 57 países parceiros comerciais, deve entrar em vigor na próxima semana. A tarifa básica de 10% foi implementada em portos, aeroportos e armazéns alfandegários americanos, refletindo uma ruptura com o sistema tarifário global estabelecido no período pós-Segunda Guerra Mundial.

A ex-conselheira comercial da Casa Branca, Kelly Ann Shaw, destacou em um evento que essa tarifa representa uma significativa mudança nas relações comerciais internacionais. Em suas observações, Shaw enfatizou a magnitude dessa ação e a expectativa de evolução das tarifas à medida que os países busquem negociar taxas mais favoráveis.

O anúncio das tarifas provocou perturbações consideráveis nos mercados financeiros globais, resultando em uma perda de aproximadamente US$ 5 trilhões em valor de mercado das ações das empresas listadas no índice S&P 500. Essa queda representa um recorde de declínio em dois dias, afetando os preços do petróleo e de outras commodities, além de impulsionar os investidores em direção a títulos governamentais em meio a preocupações acerca de uma possível recessão.

Os primeiros países que enfrentaram a tarifa de 10% incluem Australia, Reino Unido, Colômbia, Argentina, Egito e Arábia Saudita. Um comunicado da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA informou que não há período de carência para as cargas que já se encontram em trânsito a partir da meia-noite de sábado. Entretanto, foi estabelecido um período de carência de 51 dias para as cargas carregadas antes de sábado, que devem chegar aos Estados Unidos até o dia 27 de maio para evitar a imposição da nova tarifa.

Além da tarifa padrão, as tarifas adicionais, que variam de 11% a 50%, referentes a produtos provenientes da União Europeia e da China, entrarão em vigor no mesmo dia. As importações da União Europeia estarão sujeitas a uma tarifa de 20%, enquanto produtos chineses enfrentarão uma taxa de 34%, somando um total de 54% de encargos sobre as importações da China.

O Vietnã, que se beneficiou da realocação das cadeias de suprimentos dos EUA devido à guerra comercial anterior entre os Estados Unidos e a China, será impactado por uma tarifa de 46%. O país concordou em discutir um possível acordo com a administração dos EUA.

O Canadá e o México foram isentos das novas tarifas, já que continuam sujeitos a uma tarifa de 25% relacionada à crise de vício em fentanil nos EUA, aplicada a mercadorias que não atendem às regras de origem acordadas entre os três países. Além disso, produtos submetidos a tarifas de segurança nacional preexistentes, como aço, alumínio, veículos e peças automotivas, estão excluídos da nova tarifa.

Com relação a produtos isentos, o governo publicou uma lista contendo mais de mil categorias, avaliadas em US$ 645 bilhões em importações para 2024. Essa lista inclui petróleo bruto, produtos petroquímicos, farmacêuticos, urânio, titânio, madeira serrada, semicondutores e cobre. O governo também está investigando outros setores para a possível aplicação de tarifas de segurança nacional, além das já mencionadas.

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