As autoridades dos Estados Unidos anunciaram a imposição de sanções à ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e ao ex-ministro do Planejamento, Julio Miguel De Vido, em razão de sua participação em esquemas de corrupção. A declaração foi feita pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, na sexta-feira, 21 de abril de 2024. De acordo com informações do governo dos EUA, Kirchner e De Vido abusaram de suas funções para se beneficiar financeiramente de práticas de suborno em contratos de obras públicas, resultando em desvios de milhões de dólares dos cofres públicos argentinos. Essas sanções também proíbem a entrada deles e de seus familiares próximos nos Estados Unidos.
Essa ação integra uma iniciativa do governo americano de combate à corrupção em uma escala global, conforme indicado em comunicado da Embaixada dos Estados Unidos em Buenos Aires. O comunicado reafirma o compromisso dos Estados Unidos em responsabilizar indivíduos que utilizam o poder público para obter lucro pessoal. Kirchner, aos 72 anos, se destaca como a principal crítica do presidente Javier Milei e ocupa a liderança do Partido Justicialista. Em 2022, foi condenada a seis anos de prisão e à inabilitação política por favorecimento ao empresário Lázaro Báez em contratos públicos. A condenação foi mantida em segunda instância, embora a ex-presidente tenha recorrido à Suprema Corte.
Após o anúncio das sanções, Cristina Kirchner manifestou-se nas redes sociais, afirmando que a decisão foi influenciada por Javier Milei e criticou Donald Trump, ex-presidente dos EUA e aliado do atual mandatário argentino. Em sua postagem, ela acusou Milei de ter pedido diretamente a imposição das sanções. Julio De Vido, que ocupou o cargo de ministro durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner, também está sob investigação por corrupção e já enfrenta condenações relacionadas a desvios de recursos em contratos públicos.