A China expressou sua intenção de alcançar um acordo, embora enfrente dificuldades para determinar o começo desse processo. Indivíduos em posições de liderança aguardam um contato das autoridades chinesas, o qual acreditam que ocorrerá em breve.
As novas tarifas de 50% propostas pelos Estados Unidos se somariam a uma série de tarifas já estabelecidas, incluindo 20% impostas em março e 34% anunciadas na semana anterior, resultando em um cumulativo de 104%. O governo chinês declarou que enfrentará a situação com firmeza e acusou os Estados Unidos de adotar práticas de unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica devido à recente imposição de tarifas adicionais de 34% sobre produtos provenientes da China. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, destacou que a orientação dos Estados Unidos em priorizar seus próprios interesses em detrimento das regras internacionais compromete a estabilidade da produção global e afeta negativamente a recuperação econômica em nível mundial.
Pequim é a região que mais sofre com a exacerbação do protecionismo dos Estados Unidos. Na semana anterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, introduziu uma tarifa de 34% sobre produtos chineses, referindo-se a essa ação como uma medida de “Libertação da América”. Essa tarifa se agrega a dois incrementos de 10% aplicados em fevereiro e março, cuja justificativa por parte do governo americano é a alegação de que a China desempenhou um papel significativo na crise do fentanil.
Em contrapartida, o Ministério das Finanças da China anunciou a implementação de uma tarifa adicional de 34% sobre todas as mercadorias originárias dos Estados Unidos, a ser efetiva a partir de 10 de abril. O Ministério do Comércio da China também informou sobre a adoção de novas restrições quanto à exportação de metais críticos para os Estados Unidos, abrangendo elementos raros como samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio. Essas restrições entrarão em vigor imediatamente.
Além disso, o governo chinês incluiu onze empresas americanas na lista de “entidades não confiáveis”, o que possibilita a imposição de sanções, como a limitação de negócios com empresas chinesas. Recentemente, autoridades chinesas realizaram reuniões com representantes de aproximadamente 20 empresas dos Estados Unidos, entre as quais estavam Tesla e GE Healthcare. Durante essas interações, o vice-ministro do Comércio, Ling Ji, enfatizou que a origem do problema das tarifas reside nos Estados Unidos. Ele também expressou a expectativa de que as empresas americanas ajam de maneira responsável, contribuindo para a estabilidade das cadeias de suprimento globais.
Ainda não há definições sobre uma possível reunião entre o presidente Xi Jinping e Donald Trump para discutir um caminho rumo à solução desse impasse. Quando questionado sobre essa possibilidade, Lin afirmou que o assunto deve ser tratado por outros setores. Ele ressaltou que as pressões e ameaças não representam o método adequado para lidar com a China, afirmando que o país defenderá com rigor seus direitos e interesses legítimos.