Em um contexto de repressão crescente a manifestações em apoio à Palestina nos Estados Unidos, foi anunciado na quarta-feira, dia 9, que o governo federal irá começar a monitorar as redes sociais de imigrantes à procura de conteúdos rotulados como “antissemitas”. Esta política, já implementada, poderá resultar na negação de pedidos de vistos, green cards e outros benefícios migratórios, conforme informações do Departamento de Segurança Interna (DHS).
Conforme declaração de Tricia McLaughlin, secretária-assistente de Relações Públicas do DHS, não há espaço nos Estados Unidos para aqueles que são considerados simpatizantes do terrorismo internacional. A mensagem enfatiza que aqueles que pretendem se estabelecer no país devem reconsiderar suas posturas, especialmente se usam a Primeira Emenda como defesa para justificar ações associadas ao antissemitismo e ao terrorismo, sendo considerados indesejados.
A iniciativa afeta não só indivíduos, mas também instituições educacionais que estejam ligadas a atividades classificadas como antissemitas, que também estarão sujeitas a vigilância. O Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS) informou que a avaliação será feita com base na definição de antissemitismo estabelecida pela Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, embora o criador dessa definição tenha afirmado que o governo a está interpretando de forma distorcida.
A medida foi alvo de críticas por parte de grupos judaicos progressistas. O Projeto Nexus, que defende a liberdade de expressão e os direitos civis, expressou que considerar o antissemitismo como uma questão importada não resolve o problema. A acusação de “simpatizantes de terroristas” contra imigrantes é vista como uma maneira de intensificar a repressão ideológica.
Desde que assumiu novamente a Presidência, Trump tem intensificado as ações contra imigrantes e estudantes internacionais. Um caso notável é o de Mahmoud Khalil, um palestino portador de green card, que foi preso após manifestar-se contra os bombardeios em Gaza, diante de sua esposa grávida. Outro incidente envolveu Badar Khan Suri, um pesquisador indiano pós-doutorando em Georgetown, que foi acusado de ter vínculos com o Hamas, negando qualquer conexão. As detenções ocorreram sem a apresentação de provas públicas, causando indignação no meio acadêmico.
Este cenário político destaca o radicalismo da administração Trump. Elon Musk, que foi designado como “funcionário especial do governo”, fez declarações de tom fascista durante o comício de posse de Trump. Recentemente, o vice-presidente JD Vance se encontrou com Alice Weidel, líder do partido de extrema-direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD).