Na noite de sexta-feira, 14, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a expulsão do embaixador da África do Sul em Washington, Ebrahim Rasool, em decorrência de acusações de hostilidade em relação ao país e ao presidente Donald Trump.
Rubio declarou que Rasool não é mais bem-vindo nos Estados Unidos, referindo-se a ele como um político que incita o racismo e professando seu desdém pela América e pelo presidente. As declarações foram veiculadas em uma plataforma de redes sociais, onde o secretário explicou que não havia razões para diálogo com Rasool, que foi designado como PERSONA NON GRATA.
Os comentários de Rubio foram contextualizados por meio de um artigo do site conservador Breitbart, no qual Rasool é mencionado afirmando que Trump despertou um “instinto supremacista” e “vitimização branca” durante a campanha presidencial de 2024. Rasool já havia ocupado o cargo de embaixador durante o período de 2010 a 2015, sendo reeleito para a mesma função em 2025. Durante um evento, Rasool comentou que a retórica de Trump representa um ataque àqueles que detêm poder e que a mobilização em torno da supremacia se dá tanto em nível interno quanto externo.
No sábado seguinte, a Presidência sul-africana classificou a decisão dos Estados Unidos como “lamentável”. O governo solicitou que todas as partes envolvidas mantivessem o decoro diplomático em suas interações sobre a questão, reafirmando seu compromisso em estabelecer um relacionamento benéfico com os Estados Unidos. A relação entre a África do Sul e os Estados Unidos já vinha se deteriorando, especialmente após Trump ter assinado um decreto que suspendia a assistência ao país, citando práticas de “discriminação racial injusta” contra africâneres brancos, descendentes dos colonos holandeses que implementaram o regime do apartheid.