A advogada e ativista social Eunice Paiva, reconhecida como uma figura central no documentário “Ainda estou aqui”, que recebeu o Oscar de melhor filme internacional, será homenageada post mortem com a Medalha Tiradentes. Esta distinção é a mais alta condecoração da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A proposta para a homenagem, apresentada pela deputada Dani Monteiro (PSOL), foi aprovada em uma única votação no dia 13 de outubro.
Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva se tornou um ícone na luta pela democracia no Brasil ao procurar incessantemente por informações sobre seu marido, o deputado Rubens Paiva, que foi preso, torturado e assassinado em 1971 pelo Exército durante o regime militar. O corpo de Rubens nunca foi encontrado. Mãe de cinco filhos, Eunice formou-se em Direito após a perda do marido e se destacou como uma das principais defensoras dos direitos humanos no país. A deputada Dani Monteiro destacou a importância de sua luta, ressaltando que a ditadura deixou feridas profundas em muitas famílias brasileiras, e que a vida de Eunice foi dedicada à busca por memória e justiça, além de sua defesa dos povos originários.
O deputado Carlos Minc (PSB) compartilhou suas experiências no plenário, recordando seu conhecimento sobre os horrores da ditadura, que afetaram diretamente sua vida. Ele enfatizou a importância de lembrarmos esses eventos históricos, especialmente considerando aqueles que ainda negam as atrocidades cometidas. Luiz Paulo (PSD) também abordou o tema, lembrando que muitos estudantes da época se opuseram à ditadura e acabaram desaparecendo. Ele classificou Eunice Paiva como uma heroína que resistiu aos tempos sombrios da ditadura, afirmando que a relevância do tema é fundamental para valorizar a democracia.
O projeto de homenagem será promulgado pelo presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União), e será publicado nos próximos dias no Diário Oficial.