7 maio 2025
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Everest Aumenta de Altura devido a um “Rio Pirata”, Revela Pesquisa

O monte Everest, considerado um símbolo de prestígio e status, apresenta uma série de riscos associados à sua escalada, incluindo temperaturas extremas que podem atingir -60ºC, o mal da altitude, avalanches, altos custos e uma janela climática restrita. Recentemente, foi identificado um novo desafio para os aspirantes a alpinistas: a montanha mais alta do mundo está em crescimento, superando as elevações de sua cordilheira.

Essa transformação nas montanhas é um fenômeno natural, onde não apenas se observa o crescimento, mas também a erosão e desgaste das formações montanhosas, além do processo de isostasia, que se refere à flutuação das montanhas sobre o manto terrestre. Um estudo recente publicado na revista científica Nature Geoscience revela que o Everest é de 15 a 50 metros mais alto do que se estimava anteriormente. Esse aumento é atribuído ao processo erosivo resultante de um sistema fluvial situado a aproximadamente 75 km da montanha, que está criando um grande desfiladeiro.

Esse efeito de crescimento do Everest deve-se a um ajuste isostático. Quando uma quantidade significativa de terra ou gelo que exerce pressão sobre a crosta terrestre é removida, ocorre uma compensação lenta, permitindo que a crosta rebote para restabelecer seu equilíbrio. Atualmente, a montanha está se elevando a uma taxa de até dois milímetros por ano, resultando em um aumento total de altura de 15 a 50 metros nos últimos 89 mil anos.

Os pesquisadores utilizam ferramentas matemáticas e computacionais para simular a evolução dos rios ao longo do tempo e testar suas hipóteses. Uma abordagem, conhecida como modelo de potência do fluxo, explora a relação entre o fluxo de água de um rio e seu impacto no terreno circundante, visando prever possíveis elevações da paisagem com base em fatores como a velocidade da água e o movimento das rochas. Embora a taxa de elevação possa variar em diferentes locais, os pesquisadores assumem que, de modo geral, essa elevação ocorre em um ritmo constante.

Para entender como esse processo ocorre, os cientistas analisaram o resfriamento e a exumação das rochas, um fenômeno no qual rochas profundas da crosta terrestre são trazidas à superfície. Estudos termocronométricos indicam que há áreas específicas onde a elevação se dá de forma mais rápida, particularmente onde as placas tectônicas interagem sobre uma rampa profunda na crosta. Isso implica que, em certas regiões, forças geológicas atuam abaixo da superfície, contribuindo para a elevação do Everest.

De acordo com declarações de um dos co-autores do estudo, a pesquisa indica que o Everest continua a crescer. À medida que o rio erosivo se infiltra mais profundamente no terreno e remove peso da região, a crosta terrestre se eleva gradualmente, contribuindo para o aumento da altura da montanha. Isso demonstra que processos que ocorrem na superfície influenciam a geodinâmica de grandes cadeias montanhosas.

Historicamente, a elevação do Everest foi influenciada por um fenômeno denominado “pirataria de drenagem”, em que um rio “captura” o fluxo de outro. O rio Arun, atualmente a leste do monte Everest, pode ter desviado o fluxo do rio Kosi, aumentando sua vazão e intensificando as incisões nas gargantas, desfiladeiros profundos que os rios esculpem ao remover bilhões de toneladas de terra e sedimentos.

A interação entre a erosão do rio Arun e a pressão ascendente do manto terrestre é um fator que promove o crescimento do Everest, levando-o a uma altura superior em comparação ao que teria sem esse processo.

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