Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelou em sua delação premiada que o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, considerou a possibilidade de punir o general da reserva Mario Fernandes. Conforme a investigação da Polícia Federal, Fernandes, que ocupava o segundo cargo mais alto na Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro, foi o responsável pela elaboração do plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”. Esse plano visava a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Cid declarou que Fernandes era um dos generais que mais promovia a ação das Forças Armadas diante de uma alegada tentativa de golpe de Estado em 2022, com o intuito de impedir a posse de Lula. No depoimento, destacou que Fernandes era bastante visível nas redes sociais e se mostrava constantemente presente entre os manifestantes. Ouvindo isso, o general Freire Gomes teria considerado a ideia de tomar medidas contra Fernandes, uma vez que este exercia grande pressão sobre os outros generais para que agissem.
Além disso, Cid mencionou que Freire Gomes se opôs aos encontros entre Fernandes e Bolsonaro, chegando a solicitar esclarecimentos quando soube que os dois se reuniram. De acordo com Cid, Freire Gomes havia ligado de maneira alarmada ao tomar conhecimento das visitas de Fernandes ao Palácio da Alvorada, expressando preocupação em relação ao comportamento do general.
Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu retirar o sigilo do acordo de delação de Cid, permitindo que seus 14 depoimentos se tornassem públicos. As informações fornecidas por Cid contribuíram para a investigação da Polícia Federal, que indiciou Jair Bolsonaro por um suposto plano de golpe. A Procuradoria-Geral da República, a partir desse caso, denunciou 34 indivíduos.
