domingo, fevereiro 2, 2025
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Ex-esposa de apóstolo denuncia nova fraude na Bola de Neve

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A defesa da pastora Denise Seixas, que ficou viúva do apóstolo Rina, fundador da Igreja Bola de Neve, protocolou recentemente um processo no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Neste documento, Denise denuncia uma suposta manobra criminosa perpetrada pelo antigo conselho administrativo da instituição, que, de acordo com a acusação, teria utilizado a estrutura da igreja para movimentar recursos de forma indevida. A CNN teve acesso ao registro, datado de 13 de janeiro, em que Denise, atualmente presidente da Bola de Neve, alega que membros do antigo conselho, incluindo Everton César Ribeiro, estão agindo ilegalmente em seu nome, utilizando redes sociais para emitir procurações e movimentar contas bancárias, o que é absolutamente inaceitável.

Em detalhes, o documento aponta que o antigo conselho estaria realizando movimentações financeiras sem autorização, utilizando uma conta bancária fora dos registros oficiais da igreja. Um trecho do texto menciona que as transações ilegais estariam sendo realizadas por meio de uma instituição financeira chamada BMP Money Plus, onde os acusados teriam recebido os rendimentos da igreja de maneira irregular, utilizando notas fiscais que Denise Seixas conseguiu acessar. Com essa informação, a pastora oficializou junto ao Bradesco, onde a conta da igreja sedia, para obter controle total sobre as finanças da Bola de Neve.

No final do ano passado, em dezembro, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deu início a investigações sobre possíveis desvios financeiros relacionados a essa mesma ex-diretoria da Igreja Bola de Neve. As denúncias surgem principalmente em relação a indivíduos como Everton César Ribeiro, Gilberto Custódio de Aguiar, Renê Guilherme Koerner e Rodrigo Arruda Bicudo, que, após assumirem a liderança da igreja, teriam se envolvido em atividades financeiras suspeitas. Segundo a denúncia, eles realizaram movimentações irregulares nas contas, além de recorrer a empresas de fachada para oferecer serviços à igreja, emitindo notas fiscais com valores exorbitantes.

Um aspecto intrigante do caso é que os acusados teriam utilizado um documento secreto, assinado tanto por Denise quanto pelo apóstolo Rina, que a levaria a renunciar à vice-presidência, permitindo a realização de ações administrativas sem o respaldo dela. De acordo com o processo, mesmo após Denise assumir a presidência da igreja em 25 de novembro, os quatro indivíduos convocaram uma cerimônia para estabelecer outra gestão, contestando sua autoridade. Além disso, tentaram entrar com uma ação judicial contra ela, alegando esbulho, turbação e ameaça relacionadas à posse de bens.

Entre os nomes de empresas citadas no documento enviado ao MP estão a SIAF Solutions, Green Grid Energy e Filhos do Rei Serviços de Conservação. Essas empresas estavam ligadas aos denunciados e teriam realizado operações financeiras significativas que envolviam a igreja: a SIAF Solutions, que fica sob a responsabilidade de Everton, gerenciava a arrecadação de dízimos com uma taxa de 3 a 5% e somou R$ 492 mil; a Green Grid Energy, uma companhia recém-estabelecida em nome do mesmo Everton, prestava consultoria financeira à igreja e tinha um faturamento declarado de R$ 6 milhões; e os Filhos do Rei Serviços de Conservação, que pertencem à irmã de Everton e emitiram Faturas que totalizavam R$ 1,4 milhão, sendo a sede registrada nada mais que uma casa, onde ninguém a reconhece.

Em meio a essas alegações, o documento também revela que foram realizadas alterações em registros civis relacionados à igreja pelos quatro acusados, incluindo a tentativa de nomear um novo presidente para a instituição. Um trecho específico menciona que, em 26 de novembro, Gilberto Custódio de Aguiar solicitou uma mudança na certidão de óbito do apóstolo Rina, na intenção de remover o nome de Denise como viúva, para criar impedimentos que evitassem que ela assumisse a liderança da igreja.

Quando procurado para se manifestar sobre as acusações, Everton César Ribeiro afirmou não ter recebido notificação judicial e garantiu que suas empresas operam dentro da legalidade e das normas de conformidade. Ele reforçou que todos os contratos estão auditados e dentro dos padrões exigidos. Em suas declarações, também expressou a intenção de buscar por medidas legais, caso seu nome ou o de suas empresas sejam associadas a informações enganosas, reiterando que a divulgação de valores financeiros fere o direito constitucional ao sigilo.

A Bola de Neve, por sua vez, igualmente se posicionou em nota sobre o assunto, afirmando que ainda não foi oficialmente notificada, mas que a sua gestão opera rigorosamente em conformidade com a legislação e com práticas de governança adequadas. A igreja destacou que suas contas são auditadas anualmente por uma firma multinacional e aprovadas sem ressalvas, garantindo a idoneidade dos serviços prestados. Além disso, respondeu às questões levantadas nos processos, reafirmando que a renúncia assinada por Denise Seixas é válida e que os pagamentos realizados a ela totalizam valores expressivos, superando R$ 330 mil, conforme acordado em um processo anterior.

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