Yoon Suk Yeol foi destituído formalmente de seu cargo no dia 4 de abril, após afastamento pelo Parlamento, que decorreu de sua tentativa de subverter o governo civil ao declarar uma lei marcial em 3 de dezembro.
No mês de janeiro, Yoon se tornou o primeiro presidente da Coreia do Sul em exercício a ser detido, em razão de um caso penal, embora tenha sido posteriormente liberado por questões técnicas. Na manhã de segunda-feira, ele compareceu ao tribunal distrital de Seul para o início do julgamento relacionado ao seu fracasso em declarar a lei marcial. Durante esse momento, os juízes solicitaram que Yoon informasse seu nome, data de nascimento e outros dados pessoais, conforme relatos da mídia sul-coreana.
Yoon argumentou no tribunal que classificar a situação como insurreição, tendo ocorrido em um curto espaço de tempo, sem violência e com aceitação imediata da dissolução pela Assembleia Nacional, seria juridicamente inválido. O ex-presidente, que possui formação em direito e atuou como promotor, pediu que a apresentação da Promotoria fosse exibida em um monitor e se dedicou a contestar a declaração inicial de forma minuciosa.
A Promotoria sustenta que Yoon havia planejado incitar uma revolta com a intenção de subverter a ordem constitucional. as evidências apresentadas incluem os planos de Yoon para declarar a lei marcial e a ordem de enviar militares ao Parlamento com instruções para quebrar janelas e cortar o fornecimento de energia elétrica. O tribunal irá ouvir os depoimentos de dois militares convocados pela Promotoria, um dos quais afirma ter recebido ordens do alto comando para retirar à força os congressistas reunidos na Assembleia Nacional, com o propósito de suspender a declaração de lei marcial.
Os deputados, por sua vez, reagiram aos soldados armados, ultrapassando a barreira de segurança para adentrar na sede do Legislativo e revogar a lei marcial, obrigando Yoon a recuar em sua decisão. Se Yoon for considerado culpado das acusações de insurreição, ele poderá enfrentar uma pena de prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte, embora a Coreia do Sul mantenha, desde 1997, uma moratória não oficial sobre as execuções.