O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizará uma ligação telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta terça-feira, 18. A conversa está prevista para abordar questões relacionadas ao cessar-fogo de 30 dias na guerra da Ucrânia, que ainda aguarda a aceitação por parte da Rússia, além das perspectivas para um término mais duradouro do conflito, que já se estende por mais de três anos.
Este telefonema será um teste das capacidades de negociação de Trump e de sua relação com o líder russo, o que tem gerado cautela entre os aliados tradicionais dos Estados Unidos. O presidente expressou em redes sociais que “muitos elementos de um acordo final foram acertados, mas ainda falta muito”. Ele ressaltou que cada semana resulta em 2.500 novas mortes de soldados de ambos os lados, enfatizando a urgência de resolver a situação.
A Ucrânia, que Trump já havia mencionado ser uma parceira mais desafiadora do que a Rússia, concordou com a trégua de 30 dias proposta por Washington. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou em entrevista que um compromisso satisfatório foi alcançado com a Ucrânia. Ele afirmou que o país aceitou suspender as hostilidades e que as conversas para um acordo permanente devem agora incluir a Rússia.
Em relação aos possíveis desdobramentos, Trump insinuou alguns aspectos que poderiam fazer parte de um plano de paz. A Casa Branca declarou que a situação atual é a mais próxima que já estivemos da paz, e Trump destacou que discutirá “terras”, “usinas de energia” e “dividir certos ativos”. À pergunta sobre as concessões possíveis nas negociações, o presidente americano reiterou que a discussão sobre esses termos já está em andamento.
O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, esteve em Moscou na semana passada para facilitar o progresso nas negociações. Desde a invasão da Ucrânia em 2022, a Rússia anexou ilegalmente quatro regiões ucranianas: Donetsk e Luhansk, no leste, e Kherson e Zaporizhzhia, no sudeste. Contudo, não exerce controle total sobre essas áreas. Em 2022, Putin definiu a retirada de tropas ucranianas dessas regiões como uma de suas principais condições para um acordo de paz.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, tem reafirmado a não negociação da soberania ucraniana e a exigência de que todos os territórios ocupados sejam devolvidos. Além disso, uma exigência conhecida de Putin é que a Ucrânia renuncie às suas aspirações de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma questão central em suas justificativas para o conflito. O presidente russo também sugeriu a redução das sanções ocidentais e a realização de uma eleição presidencial na Ucrânia, que não ocorreu conforme o planejado no ano passado devido ao estado de guerra imposto por Zelensky, eleito em 2019.
