O primeiro grupo de brasileiros deportados dos Estados Unidos desde a posse do presidente Donald Trump chegou a Manaus na última sexta-feira, 24, e será transportado pela Força Aérea Brasileira (FAB) para Belo Horizonte neste sábado, 25. O voo, que tinha 158 passageiros, sendo 88 brasileiros, foi cancelado e não ocorreu na noite anterior conforme previsto.
De acordo com a FAB, uma aeronave KC-30, pertencente ao Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte, partirá da Base Aérea de Brasília às 13 horas, com previsão de pouso em Manaus às 14h30 no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.
“O tempo que a aeronave permanecerá em solo em Manaus vai depender de diversos trâmites que serão realizados pelos órgãos competentes”, informou a FAB em comunicado.
A solicitação para o suporte aéreo ao grupo foi feita pelo Governo Federal e uma equipe de profissionais de saúde acompanhará os deportados até o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte.
Embora haja especulações sobre a relação deste voo com o retorno de Trump à presidência, a deportação de imigrantes se insere no rigoroso controle estabelecido pela administração republicana.
Recentemente, mesmo sob a gestão de Joe Biden, um voo com 100 brasileiros aterrissou em Confins no dia 10 deste mês. Entretanto, a retórica anti-imigração tem ganhado destaque. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, postou no X uma imagem de estrangeiros embarcando em um avião, acompanhada da frase “os voos de deportação começaram”. Na quinta-feira, 23, ela anunciou a prisão de 538 imigrantes irregulares de diversas nacionalidades.
Uma das ações mais severas de Trump em relação à imigração foi a proposta de negar a cidadania americana a filhos de imigrantes ilegais nascidos nos EUA, mesmo que isso contrarie a Constituição. A Justiça Federal já foi acionada e a Suprema Corte americana deve se pronunciar sobre a legalidade dessa determinação.
Além disso, o ex-presidente emitiu uma ordem que visa expulsar 1,4 milhão de imigrantes que estavam autorizados a entrar temporariamente nos Estados Unidos durante o governo Biden, conforme um documento obtido por um veículo de comunicação.