30 abril 2025
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Fábrica de Aeronaves Chinesa: Um Tópico Crucial na Batalha das Tarifas

A Boeing, fabricante de aeronaves dos Estados Unidos, enfrentou novos desafios relacionados às tarifas sobre exportações para a China, especialmente com a atenção focada nos jatos que estão em uma instalação de acabamento próxima a Xangai. Informações recentes indicam que a empresa pode estar sujeita a uma proibição de importações na China, como parte de um conflito crescente em relação às tarifas globais impostas pela administração do presidente Donald Trump.

Ainda esta semana, foi reportado que a fabricante enfrentaria restrições significativas, mas a situação das regras aplicáveis continua incerta. Dados de rastreamento indicam que, antes do anúncio das tarifas em 2 de abril, a Boeing estava se preparando para operações normais, com quatro novos aviões 737 MAX já parados em um centro de conclusão e entrega em Zhoushan, onde são instalados interiores e realizados acabamentos antes da entrega aos clientes chineses.

Estes aviões chegaram em março e na semana passada, no entanto, fontes da indústria relatam que o primeiro de três jatos foi programado para ser retornado aos Estados Unidos, sem que a entrega ocorra. A Boeing não fez comentários sobre a situação.

A fábrica em questão foi inaugurada em 2018, durante um período anterior de tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Embora a Boeing não tenha seguido a estratégia da Airbus de montar aviões inteiros na China, analistas mencionam que o objetivo da companhia é estabelecer uma presença significativa em um dos mercados de aviação mais relevantes do mundo.

Atualmente, não há confirmação de uma proibição formal de entregas da Boeing, mas especialistas da indústria indicam que a aplicação de tarifas poderia inviabilizar as importações no curto prazo. Fontes internas afirmam que tanto a Boeing quanto seus fornecedores estão se organizando considerando que as entregas para a China não ocorrerão no momento.

O Ministério das Relações Exteriores da China não se manifestou sobre o assunto, e um porta-voz encaminhou consultas para as autoridades competentes ao ser questionado sobre a proibição mencionada.

O cenário em Zhoushan reflete as tensões comerciais em curso, levando fabricantes, companhias aéreas e fornecedores a reavaliarem contratos. A situação se agrava com a fornecedora Howmet Aerospace, que expressou preocupações sobre os custos das tarifas por meio de um “evento de força maior”. A incerteza em relação às tarifas poderá deixar diversas entregas de aeronaves em um estado indefinido, com executivos de companhias aéreas indicando que poderiam adiar as aquisições ao invés de arcar com os encargos.

Historicamente, cerca de 25% das entregas da Boeing eram destinadas à China, mas essa proporção tem diminuído devido a conflitos comerciais anteriores, a crise de segurança do 737 MAX e os efeitos da pandemia de Covid-19. Enquanto uma interrupção temporária nas entregas para a China não afetaria substancialmente a Boeing, que pode redirecionar seus jatos a outras companhias aéreas, a Airbus está com sua capacidade de produção totalmente ocupada.

No longo prazo, a China representa um mercado estratégico vital para a Boeing. Projeções indicam que a frota de aviões no país poderá mais que dobrar até 2043, com a China possivelmente superando os Estados Unidos em volume de tráfego aéreo.

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