14 abril 2025
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Falece o icônico goleiro que encantou com suas mãos grandes e jogava sem luvas

Costumava jogar sem luvas, resultando em dedos tortos, e tinha uma preferência por mangas. Haílton Corrêa de Arruda, conhecido como goleiro Manga, faleceu no dia 8 de outubro no Hospital Rio Barra, no Rio de Janeiro, em decorrência de um câncer de próstata. Nascido em Recife, Pernambuco, sua carreira deixou um legado significativo no futebol, com passagens por diversos clubes e pela seleção brasileira. O Dia do Goleiro foi criado em sua homenagem, comemorando seu aniversário em 26 de abril de 1937. Ele tinha 87 anos.

A carreira de Manga teve início no Sport, onde ingressou ainda na adolescência. Foi nas categorias de base do clube que recebeu seu apelido, que o acompanhou por toda a vida, devido à sua vontade de pedir mangas maduras durante os treinos. Nos juvenis do Sport, conquistou três títulos estaduais e logo ascendeu ao time profissional, fazendo sua estreia em 1955. Em 1958, ganhou seu primeiro e único título como titular pelo Sport, o Campeonato Pernambucano, permanecendo no clube até 1959.

Em 1959, Manga se transferiu para o Botafogo, a convite do técnico João Saldanha, tornando-se rapidamente titular. No clube, viveu um período de grande sucesso, sendo considerado um dos maiores goleiros da história do Botafogo. Ao longo de sua passagem, conquistou quatro Campeonato Carioca (1961, 1962, 1967 e 1968) e três Torneios Rio-São Paulo (1962, 1964 e 1966). Sua identificação com o Botafogo era tão forte que costumava afirmar que, em clássicos contra o Flamengo, já contava a premiação da vitória antecipadamente. Defendeu a camisa alvinegra em 442 partidas.

As notórias atuações no Botafogo abriram as portas para a seleção brasileira. Sua primeira convocação ocorreu em 1965, com estreia em um amistoso contra a Alemanha Ocidental. Manga fez parte do grupo que participou da Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra, em uma partida contra Portugal, totalizando 12 convocações para a seleção.

Após uma década bem-sucedida no Rio de Janeiro, em 1969, Manga se transferiu para o Club Nacional de Fútbol, no Uruguai. Nesse clube, alcançou o que muitos consideram o ápice de sua trajetória, conquistando quatro Campeonatos Uruguaios consecutivos (1969, 1970, 1971 e 1972), além da histórica Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes em 1971.

Em 1974, aos 37 anos, Manga retornou ao Brasil para defender o Internacional. No clube gaúcho, manteve a excelência no desempenho, conquistando o Campeonato Gaúcho em três ocasiões (1974, 1975 e 1976) e sendo bicampeão do Campeonato Brasileiro em 1975 e 1976, recebendo a Bola de Prata da Revista Placar em 1976.

Após sua passagem pelo Internacional, Manga continuou sua trajetória em outros clubes, como Operário-MS (chegando às semifinais do Brasileirão de 1977), Coritiba (onde conquistou o Campeonato Paranaense de 1978 e mais uma Bola de Prata) e Grêmio (com o título do Campeonato Gaúcho de 1979). Ele encerrou sua carreira vitoriosa no Barcelona de Guayaquil, no Equador, em 1982, onde conquistou o Campeonato Equatoriano de 1981.

O dia 26 de abril, data de seu nascimento, foi estabelecido como o Dia do Goleiro no Brasil, em reconhecimento à sua contribuição para a posição. Após se aposentar, Manga permaneceu vinculado ao futebol como treinador de goleiros e passou um tempo nos Estados Unidos antes de voltar ao Equador. Nos últimos anos, enfrentou problemas de saúde e financeiros, recebendo apoio no Retiro dos Artistas. A história de Manga é intrinsecamente ligada à do futebol brasileiro, sua agilidade, técnica e carisma solidificando-o como um dos maiores nomes em sua posição. O Brasil perde um ícone, mas o legado de Manga perdurará nas memórias dos amantes do futebol.

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