29 abril 2025
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Familia Collor de Mello: Ministros, Conflitos no Senado e a Crise do Impeachment

Preso na última sexta-feira (25), aos 75 anos, o ex-presidente Fernando Collor possui uma trajetória política marcada por diversas controvérsias e acusações de corrupção. Sua carreira, repleta de altos e baixos, é fruto de uma família alagoana com longa tradição na política e no setor de comunicação. Collor foi o primeiro presidente eleito diretamente após a redemocratização, em 1989, mas em 1992, enfrentou um processo de impeachment que resultou em seu afastamento do cargo. Embora tenha tentado renunciar, o Congresso considerou sua carta irrelevante por ter sido apresentada fora do prazo, prosseguindo com o processo.

A família Collor tem uma história que antecede a ascensão de Fernando à presidência. Seu avô materno, Lindolfo Collor (1890-1942), foi o primeiro ministro do Trabalho, nomeado por Getúlio Vargas, sendo responsável pelo estabelecimento da legislação trabalhista que vigorou por décadas. A estrutura organizacional da época subordinava os sindicatos ao Ministério, um aspecto que enfrentou resistência em momentos posteriores, como durante as greves de metalúrgicos lideradas por Luiz Inácio Lula da Silva.

A linhagem da família Collor também inclui eventos polêmicos, como a trajetória de Arnon de Mello, pai de Fernando. Arnon, deputado federal e governador de Alagoas, foi envolvido em um conflito trágico no Senado em 1963, quando disparou contra seu colega José Kairala, resultando na morte deste. Ambos os envolvidos foram presos, mas Arnon não foi acusado de homicídio, e o incidente se tornou um marco na política brasileira.

Fernando Collor chegou à presidência com a promessa de combater a corrupção e o nepotismo, adotando o slogan de “caçador de marajás”. Sua eleição em 1989 foi considerada uma vitória significativa, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno. Em meio a sua gestão, um dos episódios mais lembrados é o confisco das cadernetas de poupança, efetivado logo após sua posse, como parte de um pacote econômico.

A instabilidade de seu governo culminou em seu impeachment, iniciado após denúncias de corrupção feitas por seu irmão caçula, Pedro Collor de Mello. As acusações, divulgadas pela revista Veja em 1992, levaram à formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e a um processo que resultou em sua destituição. Collor, em tentativas de preservar seus direitos políticos, apresentou uma carta de renúncia que foi desconsiderada, culminando na votação do impeachment pelo Senado.

Após um período de afastamento, Collor retornou à política em 2002, enfim conquistando uma vaga no Senado, em 2014, após uma tentativa frustrada de ser eleito governador de Alagoas. No entanto, sua carreira foi novamente marcada por escândalos, sendo alvo da Operação Lava Jato e conduzido a investigações.

Em 2023, Collor foi condenado a oito anos e dez meses de prisão por envolvimento em esquemas de corrupção, relacionados a propinas recebidas entre 2010 e 2014. O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que Collor aceitou R$ 20 milhões em subornos para facilitar obras da UTC Engenharia utilizando sua influência como senador. A decisão do STF, com o voto de 6 a 4, confirmou a manutenção de sua prisão, rejeitando os recursos apresentados pela defesa.

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