Citando incidências de “terrorismo doméstico”, o Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI) anunciou a criação de uma força-tarefa com a intenção de combater ataques violentos direcionados à Tesla, fabricante de veículos elétricos. Esta empresa está ligada a Elon Musk, um empresário que tem proximidade com a administração do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Nos últimos meses, têm sido registrados diversos atos de violência e vandalismo, tanto contra veículos de propriedade particular quanto contra as instalações da Tesla, além de manifestações públicas.
Na mesma data do anúncio, a polícia de Austin, no Texas, respondeu a uma denúncia sobre dispositivos suspeitos em uma concessionária da Tesla. Após a averiguação, as autoridades confirmaram que se tratava de “dispositivos suspeitos”, levando à convocação de um esquadrão antibombas, que posteriormente identificou os objetos como “incendiários”.
Durante o fim de semana anterior, o FBI já havia emitido recomendações aos cidadãos para que estivessem atentos a possíveis ataques contra a Tesla, englobando tanto concessionárias quanto organizações ligadas à fabricante. As autoridades solicitavam que a população notificasse caso vissem indivíduos monitorando propriedades da Tesla ou se presenciassem tentativas de invasão em seus locais.
O aumento da atividade violenta em relação à Tesla está sendo investigado pelo FBI. O diretor da agência fez declarações em redes sociais, afirmando que foram adotadas novas medidas para coordenar a resposta a esses ataques. Ele caracterizou os eventos como um ato de terrorismo doméstico e assegurou que os responsáveis serão encontrados e levados à justiça.
Em relação à situação comercial da Tesla, dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) revelaram uma queda significativa nas vendas e na participação de mercado da empresa na Europa. Essa diminuição, observada em fevereiro, marca o segundo mês consecutivo de declínio nos números, mesmo com a crescente aceitação de veículos elétricos por parte dos consumidores europeus. A Tesla perdeu participação de mercado, caindo de 2,8% para aproximadamente 1,8% do mercado total, e de 21,6% para 10,3% no setor de veículos elétricos.
Além disso, a Tesla vendeu menos de 17 mil veículos na União Europeia, no Reino Unido e nos países da Associação Europeia de Livre Comércio durante o mês em análise, uma diminuição em comparação com as 28 mil unidades vendidas no mesmo período de 2024. A empresa enfrenta desafios adicionais na Europa, onde sua linha de produtos é considerada inferior e menos atualizada em relação aos concorrentes tradicionais e às montadoras chinesas, que oferecem preços mais competitivos. A ligação de Musk com políticas americanas e sua presença em eventos do partido de extrema direita na Alemanha também têm contribuído para a deterioração da imagem da Tesla na região, acentuada por declarações e comportamentos controversos do empresário.