A Dock, uma empresa que oferece infraestrutura de pagamentos e soluções de banking as a service (BaaS), está ampliando suas operações com foco em crédito. Para isso, a companhia firmou um acordo com a DM para adquirir a DM Sociedade de Crédito Direto (DM SCD). A transação já foi submetida ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e aguardará a aprovação do Banco Central (BC).
No documento apresentado às autoridades regulatórias, foi enfatizado que a aquisição representa uma oportunidade para a Dock ingressar no mercado de Sociedade de Crédito Direto (SCD), ampliando a oferta de serviços financeiros a seus clientes, além de possibilitar a concessão de empréstimos e a realização de análises de crédito. Contudo, o valor da transação não foi divulgado.
O documento também ressalta que a DM SCD se encontra atualmente inativa e possui apenas a licença para operação junto ao Banco Central. A Dock é uma instituição já regulada pelo BC desde 2023 e, no início do ano, obteve autorização para atuar como Iniciador de Transação de Pagamento (ITP) no sistema Pix dentro do Open Finance. Em 2022, a empresa arrecadou US$ 110 milhões com investidores como Lightrock e Silver Lake Waterman, sendo avaliada em US$ 1,5 bilhão.
De acordo com informações disponíveis no site da Dock, a empresa processa mais de R$ 1,4 trilhão em transações relacionadas a cartões e possui 75 milhões de contas ativas, além de operar em mais de 11 países. Para a DM, a operação permitirá a capitalização necessária, possibilitando que a companhia se concentre em suas atividades principais e busque uma melhor sinergia operacional entre suas empresas.
Nos últimos anos, a DM, que conta com investimentos da Vinci Partners, tem se mostrado ativa em fusões e aquisições com o objetivo de se tornar a maior operadora independente de cartões de crédito private label no Brasil. Uma das aquisições relevantes foi a da Credz, que passou por dificuldades financeiras, em abril do ano anterior.
Com essa nova estrutura, a empresa tem se empenhado para se estabelecer como uma instituição financeira de referência no mercado voltada ao público de baixa renda, onde a Caixa Econômica Federal é a principal concorrente. O plano estratégico envolve quase dobrar a sua base de clientes e atingir uma receita bruta de R$ 8 bilhões até o final de 2026.
As partes envolvidas, Dock e DM, não se pronunciaram quando contatadas para comentários.