O Fundo Monetário Internacional (FMI) ressaltou a urgência de reformas fiscais e estruturais com o objetivo de fomentar o crescimento impulsionado pelo setor privado. Este pedido vem em meio a um contexto de desaceleração global e tensões comerciais crescentes.
Em uma declaração feita após a 51ª Reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC), o FMI caracterizou a economia global como atravessando um “momento crucial”. Esse cenário é definido por um aumento nas tensões comerciais que resulta em “elevada incerteza, volatilidade nos mercados e riscos ao crescimento e à estabilidade financeira”. O comunicado, que contou com a liderança de Mohammed Aljadaan, presidente do IMFC, identificou uma desaceleração de crescimento mundial no curto prazo, com aumento nos riscos negativos.
Os membros do Comitê reconheceram que confrontos geopolíticos e transformações estruturais, como a digitalização e as mudanças climáticas, trazem desafios adicionais. “Guerras e conflitos geram um custo humanitário e econômico significativo”, indicaram. No entanto, enfatizaram que o FMI não deve ser o fórum para discutir questões de segurança, as quais devem ser abordadas em outros espaços. Como resposta aos riscos identificados, o grupo propôs a implementação de reformas fiscais e estruturais que incentivem o crescimento liderado pelo setor privado. “Os ajustes fiscais devem levar em consideração os impactos distributivos e devem ser apoiados por um plano de consolidação médio plausível”, afirmaram. Os bancos centrais, por sua parte, continuam comprometidos com a estabilidade de preços, ajustando políticas com base em dados disponíveis.
O FMI reafirmou também a importância de oferecer apoio a países em situação vulnerável, especialmente economias de baixa renda e afetadas por conflitos. “Reafirmamos nosso compromisso em abordar as vulnerabilidades da dívida de maneira eficaz”, declarou o comitê, mencionando avanços no Marco Comum do G20 para reestruturações.
Em relação à governança do FMI, o IMFC expressou apoio à ampliação das cotas, considerando isso uma forma de fortalecer a instituição e aumentar a representatividade das economias emergentes. “O realinhamento das cotas deve refletir mais adequadamente o papel dos países na economia global”, afirmaram. O encontro foi concluído com a reafirmação do FMI como um “conselheiro confiável” em um cenário internacional desafiador. A próxima reunião do IMFC está agendada para outubro.