15 abril 2025
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Fome Aumenta em Gaza Após Seis Semanas de Bloqueio Severos

As hostilidades na região da Faixa de Gaza levantam sérias preocupações sobre a segurança alimentar da população local. Desde o início de março, Israel implementou bloqueios em postos de controle, que, se mantidos, podem resultar em uma crise humanitária ainda mais profunda. Atualmente, 2,3 milhões de residentes enfrentam a escassez de alimentos. O estoque de alimentos acumulado durante um cessar-fogo anterior está se esgotando rapidamente, uma vez que as distribuições de refeições emergenciais estão chegando ao fim, as padarias fecharam e os mercados estão vazios.

Em um acampamento de lona em Khan Younis, uma residente, de 64 anos, relata a dificuldade extrema que sua família, composta por 13 pessoas, enfrenta para se alimentar. Com uma única lata de feijão restando, a situação é crítica. Esta família já sobreviveu a conflitos armados, mas a fome é um desafio que pode ser fatal para eles e para suas crianças.

No município de Nuseirat, centenas de palestinos esperam em filas para receber refeições quentes em cozinhas comunitárias. As agências de ajuda, que realizam essas distribuições, alertam que poderão interromper os serviços em poucos dias, a menos que novos suprimentos cheguem. O Programa Mundial de Alimentos, que costumava fornecer pão em 25 padarias na Faixa de Gaza, também está enfrentando dificuldades, uma vez que todas as padarias estão inativas. Com a queda dos estoques, a previsão é que as cestas básicas sejam distribuídas em quantidades muito reduzidas.

De acordo com a UNRWA, agência da ONU dedicada à assistência humanitária à Palestina, a situação financeira dos moradores está piorando drasticamente, refletida no aumento exponencial dos preços dos alimentos. A escassez de suprimentos básicos está levando muitas crianças a irem para a cama sem alimento. A cada dia que passa, a possibilidade de uma fome severa se torna mais próxima.

Os habitantes de Gaza estão cientes dos preços exorbitantes nos poucos alimentos disponíveis. O custo de um saco de farinha, que anteriormente era vendido por cerca de US$ 6, saltou para US$ 60. O litro de óleo de cozinha, quando disponível, chega a custar US$ 10, em comparação com os US$ 1,50 que custava antes da crise. O acesso a produtos básicos tornou-se extremamente difícil e caro, sendo que algumas pessoas ainda conseguem encontrar uma lata de sardinhas por até US$ 5.

Autoridades israelenses, por outro lado, negam que a região esteja passando por uma crise de fome. As Forças de Defesa de Israel justificam suas ações restritivas alegando que o Hamas, que controla Gaza, estaria explorando a ajuda humanitária. Alega-se que a manutenção do controle sobre os suprimentos é crucial para evitar que esses recursos sejam utilizados para sustentar atividades terroristas.

Além disso, o Ministério das Relações Exteriores israelense informou que, durante o cessar-fogo, foram enviados 25 mil caminhões de ajuda humanitária a Gaza. No entanto, o Hamas refuta a acusação de que exploraria essa ajuda e atribui a Israel a responsabilidade pelo uso da fome como uma tática militar.

Em meio a essa crise, uma mulher de Nuseirat descreve sua rotina diária, na qual caminha com os filhos na esperança de receber pelo menos uma tigela de arroz. O desespero e a angústia pelo que suas crianças precisam se tornam palpáveis, com um apelo emocional forte quando seu filho lhe pede um copo de leite. A combinação da violência e da escassez de alimentos gera um ambiente de insegurança cada vez mais alarmante na região.

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