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FÓSSIL ANTÁRTICO DESCOBRE A AVE MODERNA MAIS ANTIGA JÁ REGISTRADA

Um fóssil de crânio quase completo, encontrado na Antártida, traz à luz a ave moderna mais antiga conhecida, uma criatura do tamanho de um pato-real, relacionada às aves aquáticas que habitam lagos e oceanos atualmente, conforme um estudo recente. Este fóssil, datado de 68 milhões de anos, pertence a uma espécie extinta denominada Vegavis iaai, que viveu no final do período Cretáceo, quando o Tyrannosaurus rex predominava na América do Norte, pouco antes da colisão de um asteroide do tamanho de uma cidade com a Terra, que resultou na extinção dos dinossauros.

As aves que coexistiam com os dinossauros apresentavam características bastante diferentes das espécies contemporâneas. Muitas tinham bicos dentados e longas caudas ósseas, tornando-as praticamente irreconhecíveis. A Vegavis, por outro lado, possuía o tamanho de um pato e compartilhava semelhanças ecológicas com aves aquáticas, como mergulhões, segundo informações de um professor assistente de biologia. Essa ave é descrita como um mergulhador impulsionado pelos pés, utilizando suas patas para nadar submersa, uma observação que foi corroborada pela anatomia do novo crânio, que demonstrou adaptações para fechar a boca debaixo d’água ao perseguir peixes. Esse modo de vida é característico de mergulhões e mergulhões-caçadores.

O Vegavis foi inicialmente há 20 anos, mas a maioria dos paleontólogos permaneceu cética sobre sua classificação como uma ave moderna ou coroa, uma vez que a maioria dos fósseis de aves modernas conhecidos até então datava de um período posterior ao impacto do asteroide que extinguiu os dinossauros, ocorrendo há 66 milhões de anos. Muitos cientistas acharam que as aves com aparência atual começaram a evoluir após essa extinção em massa, possivelmente como uma resposta a ela.

Os fósseis anteriores de Vegavis também não apresentavam crânios completos, o que dificultava a identificação de características distintivas que caracterizam as aves modernas, como a ausência de dentes e um osso pré-maxilar aumentado no bico. O fóssil analisado neste estudo, coletado em 2011 por uma expedição paleontológica na Antártida, foi encontrado em rochas datadas entre 68,4 e 69,2 milhões de anos e exibia características modernas, como um bico sem dentes.

Esse novo fóssil torna claro que Vegavis é definitivamente uma ave moderna, o que havia sido alvo de debates anteriores. Especialistas comentaram que essa descoberta é excepcional, pois preserva uma morfologia única e intrigante. O crânio do Vegavis apresenta adaptações altamente especializadas para a prática de mergulho e alimentação com peixes, superando as expectativas anteriores relacionadas a essa espécie.

O formato do cérebro revelado pelo fóssil, investigado através de tomografia computadorizada para gerar uma reconstrução tridimensional, também é característico das aves contemporâneas. Juntas, essas características posicionam o Vegavis dentro do grupo que compreende todas as aves modernas, e o crânio fóssil é considerado o membro mais antigo dessa radiação avança de 11.000 espécies atuais.

Embora o Vegavis mostrasse semelhanças com as aves aquáticas atuais em certos aspectos, algumas características não se alinhavam aos padrões conhecidos. Por exemplo, o crânio apresenta traços de um bico fino e pontiagudo, impulsionado por musculatura mandibular robusta, semelhante a adaptações observadas em aves mergulhadoras.

A Antártida, há 69 milhões de anos, era muito diferente do que se observa atualmente. O ambiente era predominantemente florestado e possuía um clima temperado frio, segundo modelos predominantes. As evidências sugerem que o Vegavis habitava um ambiente marinho costeiro, onde provavelmente realizava sua alimentação por mergulho.

A descoberta do fóssil de Vegavis na Antártida, juntamente com outro fóssil de uma ave extinta conhecida como Conflicto antarcticus, coletado em uma localidade próxima e datado de um período posterior à extinção dos dinossauros, poderá fornecer aos pesquisadores informações sobre como alguns animais conseguiram sobreviver a esse evento catastrófico. Essa investigação se concentra em determinar quais fatores levam determinados animais a sobreviver e como esses sobreviventes se adaptam após eventos de grande escala como esse.

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