13 junho 2025
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Fóssil Inédito Revela o Último Prato de um Dinossauro!

Pesquisadores identificaram, pela primeira vez, o conteúdo intestinal fossilizado de um dinossauro do grupo dos saurópodes, considerados os maiores animais terrestres que já existiram. O achado foi realizado no estado de Queensland, no nordeste da Austrália, onde foi escavado um exemplar relativamente completo da espécie Diamantinasaurus matildae, que viveu há aproximadamente 95 milhões de anos, durante o período Cretáceo.

Durante a análise dos ossos do abdômen do dinossauro, os cientistas descobriram uma camada de rocha endurecida contendo restos de plantas visíveis. Por meio de técnicas como tomografia, microscopia e espectrometria, foi possível identificar uma mistura de folhas de coníferas, frutos de samambaias com sementes e folhas de angiospermas — plantas com flores que estavam em processo de disseminação na época. A diversidade de espécies encontradas sugere que o dinossauro possuía um hábito alimentar oportunista, capaz de se alimentar de vegetação em diferentes níveis e tipos.

Essa descoberta fornece evidências diretas que corroboram antigas hipóteses a respeito da alimentação dos saurópodes. Embora esses dinossauros tenham sido classificados como herbívoros desde o século XIX, essa distinção era baseada em evidências indiretas, como a forma dos dentes, a anatomia da mandíbula, o comprimento do pescoço e marcas de desgaste nos dentes. Não havia até então sido encontrado um colólito, que é o termo técnico para conteúdo intestinal fossilizado, associado a um fóssil dessa categoria.

No caso do Diamantinasaurus, o colólito foi encontrado em uma camada de sedimento de cerca de 100 litros na área abdominal do esqueleto. Junto aos restos vegetais, essa camada também preservava a pele mineralizada do dinossauro, que exibia escamas hexagonais. A preservação excepcional desse material é atribuída a condições ambientais favoráveis, como baixa acidez, ausência de oxigênio, e a presença de minerais como goethita e brushita, que facilitaram a fossilização tanto do conteúdo orgânico quanto dos tecidos moles.

A análise do material encontrado indica que os saurópodes eram comedores de grande volume e possuíam um sistema digestivo que utilizava fermentação interna, similar ao que observamos em elefantes e outros grandes herbívoros contemporâneos. As plantas consumidas estavam pouco mastigadas, apresentando sinais de compressão e uma quebra parcial, sugerindo uma ingestão rápida e processamento mínimo na boca. Em vez de dentição especializada para trituração, esses dinossauros tinham um sistema digestivo robusto, capaz de processar a celulose com a ajuda de microrganismos intestinais.

A presença de coníferas e frutos de samambaias indica que o animal se alimentava de plantas de médio e grande porte, enquanto as folhas de angiospermas, que normalmente crescem mais perto do solo, também sugerem um comportamento alimentar ao nível do chão. Essa flexibilidade na dieta pode ter sido um fator crucial para o sucesso evolutivo dos saurópodes.

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