O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) expressou que o grupo não mantém diálogo com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. As negociações relacionadas ao setor agropecuário agora estão sendo feitas diretamente com outros ministérios mais influentes no governo, como o da Fazenda, liderado por Fernando Haddad. A declaração enfatizou que o Ministério da Agricultura parece ter sido colocado em segundo plano, o que levou a FPA a buscar interlocução com figuras de maior poder decisório.
Esta declaração foi uma resposta a críticas feitas por Fávaro sobre a reação da FPA em relação à suspensão de novos financiamentos do Plano Safra com recursos da União. Na última sexta-feira, o ministro comentou que as críticas da FPA são representações de uma “intolerância narrada” em desfavor de um governo que, segundo ele, está implementando respostas efetivas e um recorde no Plano Safra. O ministro também sugeriu que a Frente Parlamentar não cumpriu adequadamente seu papel de pressionar pela aprovação orçamentária, implicando que tal situação evitável trouxe problemas.
Apesar das tensões, o presidente da FPA negou que houvesse um rompimento formal com Fávaro, mas ressaltou a inexistência de uma relação satisfatória entre eles. Ele comentou sobre os ataques direcionados à Frente, reiterando que as ações do grupo são voltadas à defesa do setor agropecuário, especialmente em momentos de dificuldade.
A suspensão das contratações no Plano Safra surpreendeu o setor produtivo. O presidente da FPA observou que a decisão tomada pelo Tesouro Nacional ocorreu sem a devida comunicação prévia. Essa falta de aviso gerou reações imediatas por parte da FPA, que criticou a falta de previsibilidade na gestão do programa.
Frente à pressão gerada, o ministro da Fazenda anunciou a criação de uma medida provisória para remediar a situação. A medida, que foi publicada na segunda-feira, destina R$ 4,1 bilhões adicionais para permitir a continuidade dos financiamentos. O presidente da FPA confirmou que Haddad cumpriu sua promessa de contato, e a medida provisória já está em vigor. Representantes do Banco Central também indicaram que as contratações foram retomadas.