4 maio 2025
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Fraude no INSS: Presidentes de Entidades Recebem Benefícios do Bolsa Família

A Polícia Federal (PF) indica que presidentes de entidades ligadas a um esquema fraudulento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) eram beneficiários de programas sociais do governo federal, como Bolsa Família, Cadastro Único (CadÚnico) e Auxílio Brasil. Essas informações foram obtidas no inquérito da PF recentemente revelado.

Os líderes dessas entidades atuavam em organizações como a Associação dos Aposentados e Pensionistas Brasileiros (AAPB), a Associação Brasileira dos Servidores Públicos (ABSP)/Associação dos Aposentados e Pensionistas do Nacional (AAPEN), e a Associação dos Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral e Próprio da Previdência Social (Universo). O inquérito destaca que cinco dos envolvidos estavam cadastrados no CadÚnico e eram beneficiários de programas sociais, o que sugere uma situação de vulnerabilidade financeira que pode comprometer sua capacidade de gestão em entidades que lidam com grandes quantias de recursos.

Em relação às lideranças, o relatório da PF menciona que elas eram predominantemente compostas por pessoas de idade avançada, muitas com aposentadoria por incapacidade permanente, e que apresentavam baixa renda e/ou ausência de experiência formal no mercado de trabalho. Esses fatores podem indicar uma limitação na capacidade de gerenciamento dessas entidades.

Embora não exista um empecilho legal para que pessoas idosas assumam responsabilidades, o relatório argumenta que a quantidade de trabalho e a articulação necessárias para captar associados e aplicar recursos são consideráveis, podendo não ser compatíveis com as condições dessas lideranças. Além disso, mesmo na ausência de vínculos empregatícios prévios, a gestão de associações de grande porte deve contar com habilidades e conhecimentos específicos.

A investigação também sugere que essas associações carecem de infraestrutura adequada para captar aposentados e pensionistas, processar suas filiações e prestar os serviços necessários. Em resposta ao inquérito, as entidades investigadas foram contatadas para fornecer seus posicionamentos.

A Associação de Aposentados e Pensionistas do Brasil, que teve suas atividades suspensas, declarou que colaborará com a investigação. A entidade reiterou que sempre seguiu a legalidade e cumpriu todos os procedimentos necessários para a obtenção de acordos técnicos com o INSS.

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