Fraudes relacionadas ao sistema de pagamentos Pix geraram um total de R$ 4,941 bilhões em 2024, conforme dados divulgados pelo Banco Central. Esse valor representa um aumento de 70% em comparação ao montante de R$ 2,911 bilhões registrado em 2023. As informações refletem pedidos de devolução de valores que foram solicitados por usuários e instituições participantes do Pix após a confirmação de fraudes, mas que não puderam ser atendidos. Entre os motivos para a não efetivação das devoluções estão o encerramento da conta do recebedor ou a falta de saldo. Ao todo, 3,452 milhões de solicitações foram rejeitadas por essas razões ao longo de 2024.
Durante o ano de 2024, as notificações de fraudes no Pix superaram a média de 390 mil por mês, uma elevação em relação à média de 216.046 notificações mensais registradas em 2023. Em janeiro de 2025, o último mês com dados disponíveis, foram analisadas 324.752 notificações de fraude, das quais todas foram consideradas procedentes pelas instituições financeiras.
De acordo com informações obtidas através da Lei de Acesso à Informação, a maior parte das fraudes registradas em 2024 envolveu contas que estavam registradas em nome do próprio fraudador. Das 1,223 milhão de fraudes marcadas pelas instituições participantes do Pix, 459.578 (38%) foram identificadas como “scammer account”, referindo-se a contas diretamente utilizadas pelos golpistas. Além disso, 328.945 (27%) foram classificadas como “mule account”, que são contas utilizadas para facilitar fraudes; apenas 1% foi categorizado como “application fraud”, associado a fraudes na abertura de contas. Outras 422.932 marcações (35%) foram registradas sob diferentes tipos de fraudes.
Apesar do aumento nas fraudes, elas representam uma proporção muito pequena do total de transações realizadas no sistema Pix. Em 2024, o volume total de transações realizadas pelo Banco Central através do Pix alcançou R$ 26,403 trilhões, o que significa que as perdas causadas por fraudes representam apenas 0,019% desse total. O manual operacional do Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT), responsável pelo gerenciamento das chaves Pix, define fraudes como transações que foram iniciadas ou autorizadas mediante golpes, realizadas sem o consentimento do pagador, iniciadas por terceiros sem reconhecimento do usuário, ou realizadas sob coerção ou extorsão. Após a aceitação e o fechamento de uma notificação de fraude, uma solicitação de devolução é criada para tentar restituir os valores perdidos.
