O empresário Laerte Codonho, conhecido como proprietário da marca de refrigerantes Dolly, foi sentenciado a 11 anos, 4 meses e 1 dia de prisão em regime fechado. As condenações são referentes a crimes ambientais, falsificação de documentos e corrupção ativa na região metropolitana de São Paulo. Além de Codonho, outras sete pessoas também foram condenadas por suas implicações nos atos criminosos. A decisão judicial foi proferida pelo juiz Djalma Moreira Gomes Júnior, da 4ª Vara de Itapecerica da Serra (SP), e ainda está sujeita a apelação. Além da pena de prisão, Codonho deverá cumprir outros 4 anos, 10 meses e 4 dias em regime semiaberto por delitos de menor gravidade e pagar uma multa total de 570 mil reais.
A condenação de Codonho está relacionada a um caso de desmatamento ilegal ocorrido em 2016, que visava a construção de um projeto em São Lourenço da Serra (SP), situado nas proximidades da rodovia Régis Bittencourt. Este desmatamento resultou em enchentes e inundações que causaram danos aos moradores locais durante a temporada de chuvas. Além disso, o empresário enfrentou acusações de tentar subornar servidores e agentes de fiscalização para evitar as devidas penalidades.
De acordo com a decisão judicial, alguns policiais militares e civis, bem como um ex-diretor de obras da prefeitura, teriam recebido vantagens indevidas para permitir a continuação das atividades de desmatamento na área. Codonho foi detido pela primeira vez em agosto de 2018, mas obteve a liberdade posteriormente. Durante sua apresentação à delegacia, ele foi visto segurando um cartaz que dizia “Preso pela Coca-Cola”.
Codonho refuta as acusações que pesam contra ele e anuncia sua intenção de contestar a decisão proferida pela primeira instância. Sua defesa argumenta que o órgão acusador não conseguiu demonstrar a responsabilidade do réu nos delitos, esclarecendo que Codonho não tinha conhecimento das questões relacionadas à propriedade adquirida pela empresa Stockbank em São Lourenço da Serra. A defesa alega ainda que as testemunhas de acusação apresentaram apenas considerações gerais sobre o funcionamento das empresas que operavam a marca Dolly, sem fornecer provas concretas que sustentem as acusações contra ele.