Na última sexta-feira, 28, em Brasília, ocorreram desdobramentos significativos na delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, decidiu arquivar a ação relacionada a fraudes nos cartões de vacinação contra a Covid-19, seguindo uma solicitação do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
De acordo com o procurador-geral, não foram encontrados elementos suficientes que justifiquem a responsabilização do ex-presidente. Isso indica que a delação não gerou oportunidades para a coleta de provas substanciais. A análise de Gonet sugere que as acusações do tenente-coronel contra Bolsonaro eram baseadas apenas nas declarações de Mauro Cid, sem a devida comprovação por meio de documentos e outras evidências. Essa declaração, vinda do próprio responsável pela acusação, é de grande relevância, especialmente no contexto em que Bolsonaro se tornou réu em um processo relacionado a uma suposta trama golpista.
Esse cenário imediatamente evocou a observação do ministro Luiz Fux sobre a relevância de delações. Ao aceitar a denúncia, Fux destacou que “nove delações representam nenhuma delação”, referindo-se à quantidade de colaborações atribuídas a Mauro Cid. Ele expressou sua preocupação em relação a várias colaborações de um único delator, que a cada momento acrescenta novas informações, o que acende um alerta sobre a credibilidade e a validade das acusações.