O julgamento da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar a frase “perdeu, mané” na estátua chamada “A Justiça”, foi temporariamente interrompido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que solicitou vista do caso. Até o momento, os votos já registrados indicavam uma possível condenação de 14 anos de prisão, com apoio dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. O prazo para a devolução do processo e a continuação do julgamento é de até 90 dias.
Débora foi identificada como a autora da pichação e, atualmente, o STF está analisando o valor da obra danificada, que pode variar de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões. O ministro Moraes ressaltou que a acusada estava associada à dinâmica de ataques golpistas. Além disso, foram encontrados indícios de que a acusada apagou informações de seu celular antes da prisão, fato que pode ser interpretado como uma tentativa de obstruir a Justiça.
A cabeleireira foi detida em março de 2023 e, durante sua detenção, escreveu uma carta pedindo desculpas ao ministro Alexandre de Moraes, afirmando que não tinha consciência da importância simbólica e material da estátua. Débora é casada e tem dois filhos, e atualmente se encontra cumprindo pena no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro.
Em novembro do ano anterior, seu nome foi vinculado a um incidente relacionado a ataques antidemocráticos. A polícia encontrou uma alusão à frase por ela pichada na residência alugada por Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tio França, embora não existam evidências que a conectem a outros suspeitos. A expressão utilizada por Débora na escultura remete a uma resposta do ministro Luís Roberto Barroso a um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro em Nova York, após as eleições de 2022, quando ele disse: “Perdeu mané. Não amola!”.