Desde a sua fundação, há aproximadamente seis anos, a Avenue tem se dedicado a conectar diferentes setores do mercado financeiro brasileiro com o americano. Com a visão de facilitar o acesso a produtos financeiros que incluem ações, títulos e fundos, a empresa tem atraído tanto investidores quanto consultorias financeiras interessadas nas oportunidades disponíveis nos Estados Unidos. A missão da Avenue envolve a criação de um ecossistema que beneficie todos os envolvidos.
Neste contexto, a Avenue, que possui como sócio o Itaú e conta com uma base de mais de 1 milhão de clientes, está prestes a dar um novo passo no desenvolvimento desse ecossistema. A empresa planeja introduzir gestoras brasileiras que atenderão investidores brasileiros nos Estados Unidos. Esse projeto, em elaboração há dois anos, foi promovido pelo CEO da Avenue.
Intitulado Avenue Fund Hub, a nova infraestrutura permitirá que gestoras brasileiras desenvolvam e comercializem produtos de gestão de ativos offshore. Essa iniciativa representa uma significativa oportunidade para que gestoras nacionais possam atender seus clientes que residem no exterior. Tendo um profundo conhecimento do mercado local, essas gestoras estão bem posicionadas para criar laços com o público brasileiro que investe fora do país.
Dentre as gestoras que já fazem parte do hub, destaca-se a Itaú Asset, enquanto outras como BTG Asset, Kinea e Verde Asset Management estão em processo de adesão. A Avenue está atenta para evitar a duplicação de produtos, assegurando que cada gestora apresente uma proposta única e específica. Por exemplo, a Verde Asset focará em renda variável, a BTG em renda fixa, a Kinea em produtos de real estate e a Itaú Asset atuará tanto em alocação de ativos quanto em renda fixa.
Um dos fundos que será oferecido na plataforma é o Mundi Ações Globais, gerido por Daniel Campion e Thiago Harada. Este fundo, que já é conhecido pelos investidores brasileiros, possui um patrimônio de R$ 1,5 bilhão, investindo em ações nos Estados Unidos, Europa e Ásia, tendo registrado uma valorização de 143% em reais desde 2019.
Embora outros gestores estejam presentes em diferentes plataformas, a entrada na Avenue é vista como uma oportunidade para acessar um público que já está familiarizado com o conceito de diversificação em moeda estrangeira. Este perfil de investidor, que já tem conhecimento sobre a importância de dolarizar seus ativos, pode levar a uma captação significativamente maior, especialmente devido à sua afinidade com gestoras nacionais.
A Avenue acredita que essa iniciativa pode resultar em um aumento expressivo e inédito nas receitas para as gestoras brasileiras. A simplicidade e a redução de custos na oferta de produtos financeiros foram fatores cruciais na construção desse hub, que conecta gestores, administradores, custodientes e clientes de maneira eficiente.
Os investimentos no novo hub começam a partir de US$ 1 mil, enquanto outros produtos poderão exigir valores mais altos. Além de fundos já existentes que serão integrados à plataforma, alguns estão sendo criados especificamente para esta nova infraestrutura, como é o caso do fundo de real estate da Kinea. Com isso, estima-se que esses novos produtos se tornem algumas das principais ofertas para muitas gestoras.
Atualmente, um terço dos recursos captados pela Avenue é direcionado para fundos, geralmente de gestoras conhecidas pelo público. Isso traz uma vantagem competitiva para as gestoras brasileiras, que poderão capitalizar sua reputação existente. Apesar das incertezas globais, os executivos da Avenue afirmam que o investimento internacional está se tornando uma característica permanente no comportamento dos investidores brasileiros.
Observa-se que muitos brasileiros estão aprendendo a manter uma conta em moeda estrangeira, o que muda sua perspectiva financeira. Os novos clientes que estão se integrando ao hub realizam aportes iniciais que, em média, são de US$ 60 mil, com alguns alcançando valores superiores a US$ 1 milhão.
