O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello não deve ser interpretada como um precedente ou um sinal para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta um processo criminal no STF por suposta trama de golpe de estado. Collor foi detido na madrugada de 25 de agosto para cumprir uma pena de 8 anos e seis meses por corrupção, em decorrência de investigações da Operação Lava Jato. Mendes destacou que cada situação tem suas particularidades e que não se deve tirar conclusões generalizadas.
O ministro também revelou que decidiu não insistir em um pedido de destaque no julgamento relacionado à prisão de Collor, pois os outros ministros haviam antecipado seus votos, formando uma maioria a favor da manutenção da prisão. Além disso, Gilmar mencionou que a defesa de Collor havia solicitado a prisão domiciliar, que está sendo analisada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Em relação a esse pedido, Gilmar Mendes comentou que já existiam votos nesse sentido no plenário virtual e que a deliberação sobre a prisão domiciliar continua em andamento. A ordem de prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, que considerou que não há mais recursos viáveis para reverter a condenação e que os pleitos da defesa são apenas para postergar a execução da pena.
A decisão de Moraes foi levada à consideração dos demais ministros em uma sessão extraordinária no plenário virtual do STF. No entanto, a votação foi interrompida a pedido de Gilmar Mendes, que sugeriu que o caso deveria ser tratado em uma sessão presencial devido à sua relevância política. Gilmar solicitou um “pedido de destaque”, uma prerrogativa dos ministros do STF, permitindo que o julgamento fosse reiniciado no plenário físico, obrigando os ministros que já haviam votado na sessão virtual a se manifestarem novamente. No entanto, essa estratégia foi comprometida quando os colegas começaram a expressar seus votos antecipadamente, consolidando a maioria em apoio à decisão de Alexandre de Moraes.